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Fora Charles da Escócia!

Com morte de Elizabeth II, Escócia pode retomar independência

Os escoceses são oprimidos pelo imperialismo inglês, a crise da monarquia abre margem para a sua luta pela libertação nacional.

A Inglaterra encontra-se possivelmente em sua maior crise política da história, desde o Brexit nenhum governo consegue se sustentar até o fim do mandato. A última vítima foi o primeiro-ministro Boris Johnson, que caiu com a crise econômica em julho de 2022, e em meio a nenhuma perspectiva de governo de estável um dos baluartes do regime político britânico deixou de existir, a rainha Elizabeth. A morte da monarca acentuará ainda mais a crise, que tende a explodir primeiro nos países oprimidos pelos ingleses, como a Escócia e a Irlanda.

A reação após a morte da rainha pela imprensa imperialista e pelo governo inglês revela o tamanho da impopularidade da monarquia. Foi necessária uma enxurrada gigantesca de propaganda a favor de Elizabeth e agora de seu filho, Charles. A imprensa burguesa no Brasil tirou a capa de todas as suas revistas e jornais para bajular a rainha, e o mesmo aconteceu nos países imperialistas, a mulher que esteve afrente das piores atrocidades do imperialismo inglês foi canonizada pelos monopólios da imprensa.

Ao mesmo tempo, a movimentação interna do governo revela o tamanho da crise. A transição da coroa foi feita da forma mais rápida possível, os parlamentares trabalhistas foram orientados a não falar da miséria e da inflação para não desestabilizar o regime. Manifestantes foram agredidos e presos pela polícia. Basicamente se formou um pacto nacional na tentativa de salvar a monarquia neste momento de altíssima instabilidade. A contradição de um sistema medieval em um país capitalista neste momento está escancarada, Charles está nu.

Essa contradição tenda a explodir em locais em que são oprimidos pelos ingleses e governados por essa monarquia até os dias de hoje. O caso de destaque é o da Escócia. O país foi invadido e colonizado pelos ingleses por séculos, mas até hoje se mantêm como uma nação, é a segunda mais importante do Reino Unido. Lá há um fortíssimo movimento separatista, em 2014 foi organizado um referendo que por muito pouco não foi vitorioso. É quase certo que passados oito anos e com a intensificação da crise em uma nova votação a separação venceria.

A tendência é que agora o movimento nacionalista escocês ganhe cada vez mais força, assim como vem ganhando os movimentos nacionalistas em todo o mundo. A crise no imperialismo inglês abre margem para esse crescimento. A morte do rei espanhol em 2014 também estimulou o movimento separatista da Catalunha, que também ganha cada vez mais força. É muito provável que um novo referendo seja chamado no futuro próximo, que será dificilmente controlado pelo governo em crise.

Aqui é preciso deixar claro que uma vitória do movimento nacionalista escocês seria uma vitória de todos os povos do mundo. Primeiro, pois o povo da Escócia tem o direito a sua autodeterminação, assim como o povo do Donbas, de Zaporíjia e de Kherson que essa semana votarão referendos de unificação com a Rússia. E segundo pois a derrota e o enfraquecimento do imperialismo inglês é uma vitória da classe operária mundial e inglesa.

Essa derrota estimula a luta de todos os povos dominados pelos ingleses assim como a vitória do Talibã estimulou a luta de todos os povos do Oriente Médio e muçulmanos em geral a lutra contra o imperialismo. No próprio Reino Unido há outro território que tende a se separar, esse que é uma colonia em todos os sentidos da palavra, a Irlanda do norte. Quando a Irlanda após conquistou sua independência com a revolução em 1918 ela não conseguiu sua integridade territorial. Por 100 anos a Inglaterra seguiu controlando uma província ao norte, algo que não deve durar.

O Brexit já havia aberto a crise com a Irlanda do norte visto que um dos aspectos que estava estreitando seus laços com a Irlanda é que o Reino Unido também estava na União Europeia. Com a saída do país a Irlanda do norte perdeu laços com o resto do país. Lá o movimento nacionalista foi fortíssimo até a década de 1990 inclusive com muitos atentados a bomba até mesmo em Londres em defesa da libertação da nação. Este território tende a ter uma ebulição ainda maior que a própria Escócia.

Em setembro de 2014 mediante uma gigantesca campanha imperialista o resultado do referendo de independência da Escócia foi de 44,7% a favor. Contudo a campanha contra a independência não conseguiu segura o Partido Nacional que em 2015 elegeu 56 de 59 deputados para a Câmara dos Comuns, atualmente eles tem 48. No Parlamente escocês o PN tem 64 de 129, não compondo a maioria por apenas um membro.

O partido não possui uma política radical, contudo com a radicalização dos trabalhadores, que já está presente em diversos países da Europa a tendência é que os aspectos nacionalistas do governo se tornem cada vez mais fortes. E basta que um novo referendo seja convocado que a chama do movimento pela independência da escócia se acenderá. A luta dos trabalhadores europeus contra a OTAN, que é a principal culpada pela atual crise do gás, é uma luta contra a monarquia inglesa que tende a se unificar com a luta nacional da Escócia. Os escoceses têm o direito a sua autodeterminação!

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