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Crise

Europa: a burguesia aguarda com temor o ano de 2023

Classe está ameaçada pela radicalização dos trabalhadores

Já são décadas desde que a burguesia entrou em uma decadência profunda, mas isso tem se acentuado nos últimos anos. Desde a crise 2008, o imperialismo vem mostrando sinais de declínio profundo, com crises atrás de crises, perdendo o controle da situação e com a classe operária cada vez mais revoltada e o mundo cada vez mais politizado.

No ano de 2022 esse declínio ficou mais que evidente, sobretudo na Europa. Líderes de Estado caíram, a população tem feito centenas de greves diariamente, a inflação subiu e as condições de vida pioraram, e a instabilidade política é imensa.

O Reino Unido foi o que mais viu isso acontecer. Dois de seus primeiros-ministros caíram durante o ano e sua longeva rainha, Elizabeth II, faleceu aos 96 anos. Agora, o novo primeiro-ministro, Rishi Sunak, pegou um país prestes a explodir nas mãos, enquanto a crise de sua classe se acentua no mundo inteiro e a população não está tão suscetível às demagogias por parte da classe dominante.

Esse é apenas um exemplo. Diversos fatores encrencaram a burguesia nesse ano, sendo os principais a guerra entre Rússia e Ucrânia, na qual o imperialismo está imensamente envolvido, e suas consequências, sobretudo a crise política e econômica que explodiu.

Intervenção imperialista na guerra na Ucrânia

O conflito entre os países começou em meados de fevereiro de 2022, quando as tensões estavam se acirrando após a OTAN afirmar que iria integrar a Ucrânia na organização, ameaçando ainda mais a soberania da Rússia, uma vez que estava colocando a organização imperialista e militar ao lado do país.

Tudo isso ocasionou numa eventual invasão da Ucrânia por parte da Rússia. O país libertou Donetsk e Lugansk, que declaram sua independência finalmente tendo alguma chance de se libertar das garras ucranianas. Enquanto o imperialismo foi em defesa da Ucrânia, fazendo uma intensa demagogia apesar dos grupos nazistas que são entrosados no Estado, além da hipocrisia dos líderes locais, a Rússia foi trabalhando a libertação dos povos da região e pela sua própria soberania.

O imperialismo, em uma campanha intensa contra a Rússia, proibiu o país de participar de diversas convenções e foi excluindo até mesmo sua cultura de tudo, proibindo pratos típicos e alusões ao país em diversos lugares, até chegar ao ponto de simplesmente sancionar a Rússia, punindo quem comercializasse com ela, sobretudo petróleo e gás.

Crise sem precedentes na Europa

Isso fez com que a crise do capitalismo, que já era grande, aumentasse. A falta de gás e petróleo para a Europa explodiu a inflação em diversos setores, levando sobretudo a energia elétrica a preços altíssimos.

Na Zona do euro (Alemanha, Bélgica, Chipre, Espanha, Estônia, Irlanda, Grécia, França, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovênia, Eslováquia e Finlândia) a inflação vem batendo recordes durante o ano inteiro, até chegar em seu maior índice da história em outubro, marcando 10,7% — em setembro, esse índice era de 9,9%.

O fator com o maior índice de aumento é a energia elétrica, com 41,9% em outubro contra 40,7% em setembro — para que se tenha uma ideia do tamanho desse número, basta ver quem está em segundo lugar, no caso, os alimentos, que possuem projeção de 13,1% para o mês.

Toda essa situação levou a um fenômeno histórico na Europa: a queda de diversos líderes de Estado. Boris Johnson, Liz Truss, Draghi, Kaja Kallas. A mobilização foi intensa e a crise aumenta exponencialmente, com os países da região completamente instáveis e o povo indo às ruas.

Outro ponto foi que tudo isso favorece a ascensão da extrema-direita na região, com os líderes desses espectros sendo os favoritos para as próximas eleições.

Todos esses fatores faz com que o ano de 2023 seja um ano de muitos receios para a burguesia. A polarização vem aumentando e a população fica cada vez mais radicalizada com a crise. A qualidade de vida na Europa tem decaído muito e os trabalhadores são quem estão pagando o preço — e com isso, estão se mobilizando diariamente.

Como a tendência da crise é aumentar, a tendência dos trabalhadores, portanto, é se radicalizar ainda mais, realizando grandes manifestações e se voltando contra o governo. Isso, obviamente, é muito ruim para a burguesia, que começa a perder o controle da classe trabalhadora.

A extrema-direita cresce, atraindo parte da população, que tem se revoltado contra o Estado burguês e os políticos tradicionais. Já a parcela do povo mais politizada tende a ir para a esquerda, realizando greves e impulsionando as organizações sociais, incentivando também a organização da classe trabalhadora.

Isso tudo é uma grande ameaça para a burguesia, que, dos dois lados, tem muito a perder. O “centro”, a “política tradicional” e o conservadorismo que sempre dominou os regimes pelo mundo estão numa decadência imensa e serão substituídos pelas alas radicais da sociedade. Ambos os lados são ruins para a burguesia, pois, quanto mais repressão da extrema-direita, mais a população tende a se radicalizar para a esquerda — e isso significa uma chegada cada vez mais próxima da derrubada da burguesia.

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