Os EUA estão promovendo uma verdadeira caça às bruxas a presidentes e ex-presidentes na América Latina. Depois de vitimar Lula, Rafael Correa, Evo Morales, todos nacionalistas, agora é a vez do ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, alinhado ao imperialismo e que participou do golpe de Estado contra Manuel Zelaya, com participação da embaixada americana.
O governo americano pede a extradição do ex-presidente que foi acusado na Corte de Nova Iorque de envolvimento com o narcotráfico. Seu irmão, o ex-deputado Tony Hernandez, já cumpre pena perpétua nos EUA pela mesma acusação, conforme matéria do jornal golpista Folha de S.Paulo.
O chefe de diplomacia americana, Antony Blinken, declarou que o ex-presidente havia sido incluído na lista de acusados de corrupção ou de minar a democracia em El Salvador, Guatemala e Honduras. E que observou que “em relatos confiáveis da imprensa” ele teria significativo envolvimento no tráfico de drogas e corrupção e teria utilizado os recursos nas campanhas políticas. O ex-presidente nega as acusações, e diz que isso é represália dos traficantes que seu governo capturou e enviou para os EUA.
A extradição de cidadãos hondurenhos é permitida para responder processos de corrupção e terrorismo em outros países depois da alteração da Constituição, permitindo a extradição e que foi aprovada no governo do próprio Hernández.
A atual presidente Xiomara de Castro foi eleita por meio da mobilização popular contra o imperialismo e seus planos golpistas. Ela se elegeu depois de três mandatos do Partido Nacional, principal beneficiário do golpe, de Pepe Lobo, e dois mandatos do ex-presidente Hernández.
Hernández que está sendo descartado pelos EUA, depois de colaborar com a deposição, por golpe de Estado em 27 de janeiro de 2010, contra Manuel Zelaya, contou como apoiadores amplos setores das igrejas católicas, protestantes e de milícias privadas.
Seu governo, marcado por inúmeros casos de violência contra movimentos sociais, como o assassinato de Berta Cácerez em 2016, e tantos outros, de envolvimento com tráfico de drogas, e o alinhamento incondicional à politica dos norte americanos, resultou no favorecimento à eleição de Xiomara, contra os interesses imperialistas dos EUA.
Desde então, diversas denúncias vieram à tona de uma tentativa de desestabilização de seu governo por parte dos EUA. Agora, o imperialismo exigiu a prisão do ex-presidente que foi, inclusive, apoiado por ele.
O processo é muito parecido com o caso do Panamá em dezembro de 1989, que resultou na invasão por tropas dos EUA ao país, como sempre com a acusação de envolvimento no narcotráfico e ser “ditador”.
Este é ainda mais grave pela alegação de tráfico de drogas, um clássico mecanismo do imperialismo para perseguir pessoas em outros países. Ou seja, é o estabelecimento de mais um precedente para, no futuro, atacar Xiomara.
É a velha maneira americana, jogam uma isca para pegar o primeiro peixe, e depois como vários outros são atraídos pela isca, passam a rede e pegam todos de uma vez. Ou dito de outra maneira, depois de abrir a porteira para passar um boi, passam toda a boiada. Fica o alerta para os incautos que defendem o cancelamento de uns e depois serão todos condenados pela mesma política.
Com a “decretação” de prisão do ex-presidente Juan Orlando Hernández, que possivelmente será condenado pela inquisição americana, com a justificação de ser um expurgo de corruptos e antidemocráticos. Depois fazem o mesmo com a atual presidente Xiomara, e assim colocam no governo outro presidente do agrado e aprovado pelo estado dos EUA.