As eleições na Nicarágua tiveram início neste domingo (7), com a praticamente certa reeleição de Daniel Ortega para seu quarto mandato consecutivo, iniciados em 2007. Dentro do país, a imprensa nicaraguense destaca que há normalidade no processo, sem confusões ou tentativas de ingerência por parte de algum grupo. A situação, no entanto, é diferente se levarmos em consideração o que diz a imprensa internacional, que busca desmoralizar as eleições que acontecem neste momento, com o interesse claro em derrubar o governo nacionalista da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).
Desde o início do dia, a emissora Telesur vem realizando um acompanhamento minuto a minuto sobre o que acontece nas eleições nicaraguenses. A emissora tem destacado a normalidade nos centros de votações, sem confusões, tentativas de impedir a votação por parte do estado e também demonstrando a presença de observadores internacionais, que não conseguiram apontar até o momento motivos para justificar as ameaças imperialistas contra a Nicarágua.
Já a imprensa internacional, caso da BBC, destaca neste domingo a suposta falta de democracia e a impossibilidade de que o governo de Ortega caia. A imprensa burguesa busca destacar a “falta de oposição”, já que sete prováveis candidatos foram presos por ameaçar a soberania nacional em conluio com o imperialismo norte-americano. Para se ter uma ideia do nível de relação que parte dos candidatos tem com os EUA, um dos presos, Arturo Cruz, é ex-marido de María Elvira Salazar hoje deputada nos Estados Unidos e responsável por apresentar a lei “Renascer”, que visa impor uma série de sanções à Nicarágua com o intuito de acabar com o governo de Ortega.
Mesmo assim, a oposição do país participa das eleições. No entanto, não tem condições de vencer, já que Ortega conta com o apoio da população por conta de que seu governo consegue fazer, mesmo que minimamente, uma oposição à presença imperialista no país.
Como não pode vencer de maneira democrática, imperialismo busca desestabilizar o governo para que se justifique um golpe de estado no país. Toda essa manobra prova mais uma vez como a onda de golpes de estado contra os governos nacionalistas. Sendo assim, não é possível reverter os planos do imperialismo somente através das eleições, o que faz necessário que se leve adiante uma ampla mobilização em todos os países da América Latina contra o imperialismo.