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Demagogia e hipocrisia

Destruição do meio ambiente e dos países oprimidos

O imperialismo destrói o meio ambiente há décadas (muito mais que 26 anos) e mesmo assim a culpa recai sobre os países oprimidos e sua população

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A COP 26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ocorrida entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, reforçou os altos níveis de demagogia apresentados pelo imperialismo durante nossos tempos de crise do capitalismo para tentar controlar a situação de radicalização das massas.

Utilizando da política identitária num evento em volta do chamado “ambientalismo”, atualmente baseado sobretudo na questão do aquecimento global, as cúpulas do clima ocorrem há algumas décadas com o objetivo de desviar a atenção de uma esquerda pequeno-burguesa dos verdadeiros causadores dos problemas da população mundial (nas quais estão incluídas as questões climáticas): a burguesia.

Os maiores poluidores do planeta, Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido — a conversa nunca é favorável aos oprimidos quando países imperialistas se reúnem —, fazem diversas campanhas por “conscientização” para tentar livrar seu nome das diversas catástrofes já causadas. Em nome do bem, não necessariamente na emissão de gases nocivos, no descarte indevido de lixo ou na produção ostensiva de coisas desnecessárias, mas também na promoção de invasões, guerras e massacres em nome de um suposto “bem maior”.

Apenas a COP acontece há pelo menos 26 anos, e claramente não fez nenhuma diferença nas questões relacionadas à mudança climática mundial, mesmo reunindo os principais países poluidores do mundo. São metas e promessas atrás de mais metas e promessas, num ciclo infinito de demagogia e hipocrisia que só engana quem quer ser enganado.

Reunindo cerca de 30 mil delegados, entre chefes de Estado e representantes do movimento ambientalista, a COP 26 contou inclusive com manifestações, sem deixar de fora a representação de ativistas como Greta Thunberg e outros financiados pelo imperialismo, como o grupo brasileiro Coalizão Negra por Direitos e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A participação destes últimos, entre diversos outros, só denota mais uma vez o caráter confusionista do evento, considerando que essas figuras, ao atuarem na política, proporcionaram um desvio dos problemas reais e travaram lutas inócuas frente ao sofrimento da população mundial, como derrubar estátuas, ou optar por fazer uma viagem de barco em vez de utilizar um avião.

A real questão tratada em eventos como a COP serve mais como uma forma de opressão do que uma real solução do problema. No fim das contas, quem precisa realmente acatar os acordos e se comprometer a cumprí-los (inclusive sob pena de retaliação de diversos ativistas) são os países pobres e atrasados, vítimas da aplicação da política neoliberal por parte dos países desenvolvidos, que trazem a miséria, a pobreza e inclusive a destruição ambiental, impedindo seu desenvolvimento e consequente maior probabilidade de evolução na resolução de quaisquer problemas ambientais. 

Uma prova disso foi que boa parte da pressão para o “cumprimento de metas” foi sobre o Brasil. É evidente que casos como as queimadas na Amazônia, a perseguição às comunidades indígenas, o sufocamento do pequeno produtor e diversas outras questões foram impactantes para a população, mas é importante considerar que tudo isso foi feito para atender aos desejos da burguesia e acabou abrindo uma brecha para a abertura de temas como por exemplo a entrega de um pedaço do país às potências imperialistas — um evidente golpe que reforça o caráter reacionário das condutas desses países.

Outro ponto interessante de tudo isso é que essa demagogia, como dito anteriormente, só enganou quem queria ser enganado. Biden, chefe de Estado e representante dos Estados Unidos na COP 26, ainda fez questão de acusar a China, a Rússia e várias outras representações por terem optado pela não participação no evento, apesar de um acordo sobre questões climáticas ter surgido em um dos últimos dias do evento entre EUA e China.

A exaltação desses eventos como algo que realmente resolve algum problema não passa de uma ilusão que, por tabela, promove políticas como o “capitalismo consciente”, promovendo uma luta ainda mais inócua do que as próprias tentativas de demagogia dos países desenvolvidos. É evidente que a política ambientalista, no âmbito atual do sistema capitalista, tem um caráter identitário e reacionário. A luta, desse ponto de vista, exclui a questão de classe e ignora, por exemplo, os diversos protestos ao redor do mundo contra a fome, o desemprego, a guerra e, sobretudo, seu causador: o imperialismo. 

COP 26 e a demagogia do imperialismo - O Mundo em 1 Hora #60 (Podcast)

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