O Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba, Miguel Díaz-Canel, tuitou uma previsão de Fidel Castro sobre a resistência contra a invasão dos Estados Unidos ao Afeganistão. No final de 2001, Fidel comentou: “Basta que 20 ou 30 mil homens utilizem métodos inteligentes de guerra irregular, os mesmos que quer empregar os Estados Unidos, e essa luta pode durar 20 anos”.
Díaz-Canel completou dizendo que de fato a luta contra o invasor durou 20 anos e finalizou com a hashtag Fidel Vive, celebrando o legado do líder da Revolução Cubana e lembrando ao mundo que a vitória do Talibã foi a vitória da resistência popular contra o imperialismo. Por esse motivo, o representante do governo cubano tem sido atacado pelo gusanos de Miami, assim como o PCO está sendo atacado pela direita e até pela esquerda pequeno-burguesa no Brasil.
Enquanto os setores alinhados ao imperialismo, tanto da direita quanto da esquerda, repercutem a derrota dos Estados Unidos enfatizando o extremismo religioso do Talibã e suas consequências para os direitos democráticos das mulheres, governos não-alinhados procuram estabelecer relações diplomáticas com o novo governo afegão.
Esse é o caso da China e da Rússia, dois países que sofrem duro cerco do imperialismo há muito tempo. Quem está diretamente em contradição com os interesses dos países centrais do capitalismo não tem dúvidas de que os aspectos negativos do Talibã não conseguem ser piores do que o imperialismo impõe mundo afora. Um ponto fundamental que destacam é o direito pela autodeterminação dos povos, algo que a esquerda parece ter esquecido em meio a tanto malabarismo acadêmico da pequena burguesia “esclarecida”.
Ao contrário dos ratos imperialistas que fugiram desesperadamente, com medo da retaliação por terem invadido o país e provocado cerca de meio milhão de mortes, a embaixada russa em Cabul permanece aberta.
O Hamas, que lidera a resistência palestina na Faixa de Gaza contra a opressão do governo de Israel, celebrou a derrota das forças que bancam toda a desumanidade imposta pelo sionismo no Oriente Médio. Gostemos ou não, concordemos ou não com sua ideologia, o Talibã tem grande apoio popular. A maioria da população os vê como os guerreiros que lutaram por 20 anos para libertar seu país.
O que a esquerda pequeno-burguesa não consegue se desapegar é do seu inabalável moralismo. Isso impediu esses grupos de lutar contra o golpe de 2016 e suas decorrências, por causa da suposta “corrupção do PT”, entre muitos outros episódios onde fizeram coro com a direita.
No mundo real, a luta política é cheia de contradições e é necessário ter um programa marxista, revolucionário, para se posicionar corretamente diante dos conflitos. A vitória do Talibã contra os invasores estrangeiros foi a vitória da mobilização popular, de todo um povo, de uma mobilização revolucionária. Do contrário não seria possível expulsar o imperialismo do país, o que é algo extremamente positivo para o povo afegão e para os povos do mundo todo.