O Federal Reserve (FED), o sistema de bancos centrais dos EUA, informou em entrevista publicada na imprensa, que, baseado em uma pesquisa que fez, cerca de 200.000 empresas sucumbiram diante da crise criada pela pandemia com o coronavírus, e foram à falência.
Embora a pesquisa não deixe claro, sabe-se que muitas empresas já vinham sofrendo com a crise do capital antes mesmo da pandemia, quando já se encaminhavam falências e o desemprego disparava nos EUA. Só para citar um importante setor, em 2019, só em setembro, subiu para 24%, o nível mais alto desde 2011, o número de falências de agricultores americanos. A guerra comercial dos Estados Unidos com a China, e o clima ruim, foram as principais causas.
Já em abril de 2020, os Estados Unidos registravam um índice de desemprego de 14,7%, o mais alto em mais de 70 anos , é claro que agravado pela pandemia do coronavírus. Até 20,5 milhões de pessoas perderam seu emprego, segundo os dados do Departamento de Emprego.
A pesquisa apurou que, a começar por 2020, pegando desde fevereiro até este ano, no mesmo mês, o número de pequenas empresas falidas superam os 600 mil. Esse número havia sido estimado e era esperado, segundo o presidente do FED, Jerome Powell divulgou nas redes sociais da organização econômica. Principalmente no setor de pequenas empresas de serviços, tais como salões de beleza e barbearias, as previsões estimaram em 100.000 “grandes” falências.
Embora a estimativa tenha errado para mais, e o resultado tenha sido bem menor do que o esperado pelo FED, a instituição acertou sobre o setor de pequenos negócios, que foi, efetivamente, o mais afetado pela pandemia, o que foi constatado pela equipe de pesquisa.
O FED dá um tom de otimismo ao fato, apesar de que ainda há previsão de falências de grandes empresas e empresários. O endividamento das empresas “agora está perto de máximas históricas”, disse. Mesmo que grandes saldos de caixa, juros baixos e crescimento econômico renovado possam atenuar os problemas no curto prazo, “os riscos de insolvência em empresas de pequeno e médio porte, bem como em empresas maiores, permanecem consideráveis”.
Powel revela que as limitações da pesquisa são decorrentes de desgastes e estresses por que passam os empresários, e que, durante o censo em todo o país, os mesmos não são mencionados, do mesmo modo que também não foram computados, as milhares de demissões resultantes de cortes e contenções de despesas, para que pudessem suportar a crise sem falência e sobreviver a ela.
A pesquisa também não apurou setores étnicos e minoritários e que são prestadores de pequenos serviços, dos quais não há dúvidas de que foram muito afetados, não tendo sido gerado um indicador neste sentido.
Também há outras limitações destacadas por Powel, como a do tempo de estudo, levando-se em conta que, costumeiramente, as estatísticas oficiais do governo sobre as falências comerciais são registradas respeitando, pelo menos, o prazo de um ano após sua ocorrência. Sendo esse o motivo que fez com que o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos e o Census Bureau se abstivessem de publicar qualquer relatório sobre o impacto da pandemia nos vários setores nos quais mantém como base de observação e pesquisa.
Acabou que, com essas limitações, o FED apresentou um estudo da atualidade carente de dados oficiais do governo, não tendo outra alternativa senão fazer a sua observação com base em registros do processador de folha de pagamento ADP.
Nos Estados Unidos foram relatadas, pelo menos, com registro em 15 de abril, 912 novas mortes por coronavírus para um total de 565.626 e 74.374 novos casos, ficando a média em 71.000 casos por dia, cerca de 16.000 a mais do que há um mês.
Mais de 31.586.500 pessoas foram infectadas com o coronavírus na tarde de sexta-feira, nos Estados Unidos, de acordo com um banco de dados do New York Times.