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Imperialismo

Como o imperialismo ajuda a Covid a arrasar os países pobres

A população dos países pobres, com menos recursos, infraestrutura, profissionais especializados e baixa ou até nula produção científica é diversas vezes mais afetada do que a dos países ricos, situação agravada pela intervenção imperialista

Ainda não é certo qual o critério que faz com que o coronavírus provoque sintomas mais graves ou mais leves em determinadas pessoas, mas é fato que, quanto mais equipamentos e pessoas capacitadas, mais chances alguém tem de sobreviver. Nesse sentido pode-se constatar que a população dos países pobres, com menos recursos, infraestrutura, profissionais especializados e baixa ou até nula produção científica é diversas vezes mais afetada do que a dos países desenvolvidos. Além disso, a população dos países mais pobres têm a tendência a terem uma imunidade mais baixa devido à fome e a incidência de doenças inexistentes em países desenvolvidos, ou até mesmo de doenças curáveis.

Um demonstrativo da afirmação acima é o caso do Afeganistão. Com 40 milhões de habitantes, o país conta com cerca de dois terços de sua população abaixo da linha da pobreza e um gasto das despesas na saúde de 5 dólares (aproximadamente 28 reais) por pessoa.

Ação imperialista

Esses fatores, entretanto, não surgem do nada. Como se já não bastasse a “desgraça habitual” causada pelo capitalismo em geral, os países atrasados ainda precisam aturar a burguesia imperialista parasita que os destrói sistematicamente em busca do lucro.

Para continuar no exemplo do Afeganistão, é sabido que os Estado Unidos mantém uma guerra no país há cerca de 20 anos, mesmo que a justificativa inicial da guerra — capturar Osama Bin Laden, líder do Al Qaeda — já “estivesse resolvida”. É fato, entretanto, que o Afeganistão é vizinho de um dos grandes inimigos dos EUA, o Irã, e já conta com um governo fantoche submisso ao imperialismo. O único impeditivo seria o grupo Talibã, que mantém controle de cerca de metade do território do país. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, havia acordado a retirada das tropas americanas deste e de outros países até abril de 2021, mas tudo indica que o presidente recém empossado, o democrata Joe Biden, funcionária da indústria armamentista, não irá cumprir o acordo.

Independente de quantos “motivos nobres” o imperialismo puder alegar, é fato que as ações, ocorridas desde 2001, destruíram o país e deixaram milhares de mortos. Como já mencionado antes, cerca de dois terços de sua população vive abaixo da linha da pobreza. Com essa situação é fato que um vírus altamente transmissível e de impacto mundial iria afetar diversas vezes mais um país pobre e explorado pelo imperialismo. Torna-se necessário a compra e a aplicação de milhões de vacinas em um tempo mínimo sendo que, no meio de tudo isso, a infraestrutura que já era ruim, fica pior, a assistência médica depende parcialmente de programas internacionais de envio de profissionais de saúde, aumenta a escassez de alimentos, a falta de saneamento básico e de moradia, etc.

Sequelas

Como se a tensão de uma possível explosão da situação do vírus num país pobre já não fosse o suficiente, a população ainda precisa lidar com as consequências da pandemia. Para o povo, cuja maior preocupação é sobreviver no meio da desgraça acentuada pelo imperialismo e pela pandemia, tomar todas as providências para se proteger do vírus se torna uma tarefa árdua, por vezes impossível — afinal, a prioridade é para a comida, não para a máscara ou o álcool em gel.

As sequelas que ficam após a recuperação da COVID-19 têm aparecido com cada vez mais frequência, principalmente em pessoas que tiveram sintomas leves. Entre elas, pode-se citar o cansaço e a fadiga. Há relatos de pessoas que, por vezes, não conseguem fazer tarefas básicas do dia-a-dia, como tomar um banho ou descer escadas. Outras relatam que repentinamente começam a se sentir tão cansadas que não conseguem se concentrar em nada, inclusive trocando sílabas na hora de falar ou não conseguindo resolver equações matemáticas básicas.

É importante ressaltar que isso, em um país pobre, se tornaria uma regra, provocando um desastre ainda maior que poderia perdurar inclusive depois da pandemia. Qualquer que seja a solução encontrada para esse problema, a falta de dinheiro, hospitais, profissionais de saúde, saneamento básico e outros diversos fatores torna improvável a possibilidade de um tratamento. 

Escolas

Mesmo com a demagogia feita aos baldes pelo imperialismo, na prática é fácil ver que a burguesia pouco se importa com a população, dando mais atenção para o seu próprio bolso. No mundo inteiro está ocorrendo uma campanha intensa de abertura das escolas, justificada de mil e uma maneiras diferentes.

Nenhuma justificativa é válida, afinal, nada mudou para melhor. Muito pelo contrário, a situação da pandemia está cada vez pior. Vacinas foram desenvolvidas, mas é evidente que isso se deu em um cenário de disputa política e econômica. Mesmo que isso não tivesse ocorrido, a quantidade de vacinas entregues é muito menor do que o número de habitantes de cada país. O Afeganistão, por exemplo, recebeu recentemente cerca de 500 mil doses — enviadas por um programa da OMS que compra vacinas e as distribui ou vende a um preço reduzido — no mês de março, considerando que sua população é de aproximadamente 40 milhões de pessoas e que para uma imunização completa são necessárias duas doses da vacina. 

Como uma atividade que movimenta muito dinheiro ao redor do mundo, a reabertura das escolas ocorre tanto em países ricos como em países pobres, inclusive no Brasil. Essas, em conjunto com os transportes, são as atividades que mais colocam a população em risco de contaminação. No estado de São Paulo, por exemplo, em cerca de um mês após a volta às aulas foram registrados aproximadamente 4000 casos de COVID-19, além de 51 mortes. Quanto à infraestrutura escolar, vale citar o dado de que em março de 2020 cerca de 4,3 mil escolas não possuíam um banheiro adequado para funcionamento normal, quanto mais para o coronavírus. Outros fatores como a falta de internet e o sistema precário de esgoto e abastecimento de água, sobretudo em escolas públicas, também não impediram governadores e prefeitos de seguir a política do Ministério da Educação e empurrarem os alunos para um verdadeiro abatedouro. 

Nenhum país pobre e dominado pelo imperialismo escapou dessa situação. Toda a infraestrutura de todos os setores da sociedade, que já era muito precária antes da pandemia, desmorona como um castelo de cartas, agravando a miséria da população que é bombardeada com uma desgraça após a outra.

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