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Crise

Com Boric, Chile decreta estado de emergência

Até agora, o esquerdista Boric, de confiança do imperialismo, não conseguiu conter a crise social no País

Enfrentando muitas dificuldades nos primeiros meses de sua presidência, Gabriel Boric (Convergência Social), do Chile, encara a maior delas: a decretação de estado de emergência na região sul do país. Ou, como seu governo preferiria chamar, estado de exceção “intermediário”, com o objetivo de garantir “a proteção e o resguardo da população”.

Esta medida de repressão militar, entretanto, permanece com a mesma orientação e execução dos moldes de Piñera e gera ainda mais conflitos e revolta na população chilena, principalmente os indígenas Mapuchi e ativistas que contavam com o suposto programa de esquerda e seu discurso identitário. Ao invés de terras e liberdade a seus presos, recebem repressão pesada a seus protestos e mobilizações.

Ou seja, em poucos meses de governo, Boric revela sua face neoliberal, recorrendo ao odioso instrumento repressivo que era muito acionado pelo governo de seu antecessor, Piñera, para proteger bens e propriedades privadas da ira da população.

O estado de emergência foi decretado dia 16/05 como uma medida para conter a sequência de atos realizados por ações coordenadas pelas organizações Resistencia Mapuche Lavkenche (RML), Coordinadora Arauco-Malleco (CAM) e Liberación Nacional Mapuche (LNM), assim como Organizaciones de Resistencia Territorial Autônomas, responsáveis pela autodefesa de diferentes comunidades da região.

Nos atos, que ocorreram no final de abril,  além de bloqueios nas estradas e vias de escoamento da produção local, queimaram-se máquinas agrícolas, sedes de empresas, caminhões pertencentes a um dos mais antigos madeireiros locais. No dia 11 de maio,  atos semelhantes, com queima de veículos de empresas, também ocorreram, sendo assumidos por duas organizações diferentes.

Contrariando suas promessas de campanha e discursos de posse,  a ministra do Interior, Izkia Siches, que tinha afirmado que não iria renovar o estado de exceção no território Wallmapu, afirma que o Estado se valerá de todos os recursos para garantir a segurança e a circulação de pessoas, produtos e programas governamentais para a região. A mais violenta de todas elas é a remilitarização da área Wallmapu, onde vivem os Mapuche.

Dentre os compromissos assumidos pelo “esquerdista” Boric, estavam: liberdade aos presos políticos mapuche, desmilitarização do Wallmapu (território mapuche), devolução das terras usurpadas às comunidades indígenas, fim da espoliação que as cadeias de commodities propiciam nos territórios. Mas o governo Boric faz exatamente o oposto do prometido.

Com a implementação do decreto, os militares, em breve, ocuparão a área, de acordo com um dos líderes da CAM, Héctor Llaitul que, em suas redes sociais, declarou que a medida garante que “os milicos lacaios se instalem novamente em Wallmapu, custodiando os interesses do grande capital”. Segundo ele, o estado de exceção “é a plena expressão da ditadura militar que nós, mapuches, sempre sofremos, ditadura agora assumida pelo governo lacaio de Boric”.

Llaitul chamou o povo mapuche a “preparar as forças e organizar a resistência armada pela autonomia do território e da nação mapuche”, segundo informação veiculada por jornalistaslivres.org. Ainda de acordo com o site, o movimento Resistencia Mapuche Lavkenche publicou nota afirmando: “sabemos que Boric deixou as novas políticas repressivas nas mãos do Partido Socialista, com o aval do crime organizado, coordenadas pelo Subsecretário do Interior, Manuel Mansalve, e, em Arauco, pelo novo delegado presidencial, Humberto Toro, quem também foi responsável pela repressão durante o segundo governo de Bachelet. Não esquecemos a Toro.”

Além de usarem os mesmos instrumentos, nomeiam também os mesmos comandantes para a repressão dos pobres pelos representantes do imperialismo. De nova, a presente “esquerda” chilena parece não ter muito a oferecer, além de antigas promessas neoliberais e fascistas em trajes moderninhos e identitários.

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