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1 mês de governo

Boric já conta com mais de 50% de desaprovação

O jovem presidente mal tomou posse, mas já está com a corda no pescoço

Com apenas 1 mês de governo, o presidente do Chile, Gabriel Boric, já conta com mais de 50% de desaprovação. O número é assustadoramente grande, considerando o curto espaço de tempo e a propaganda feita em cima de sua figura durante a campanha eleitoral chilena. Entretanto, quando olhamos para os fatos, tudo parece ficar um pouco mais explicado.

Boric foi muito elogiado pela imprensa burguesa, foi propagandeado como a “nova esquerda”, um rosto jovem que poderia mudar o futuro do Chile. Suas promessas tinham um caráter identitário e visavam atingir sobretudo a classe média, retirando gradualmente a importância das pautas concretas da população em seu plano de governo.

Apesar disso, o castelo de Boric era feito de areia. Logo em sua posse houve um belo registro de Boric abraçado com Piñera, ex-presidente do Chile (ex-ditador, para os mais íntimos) e inimigo n°1 da população chilena naquele momento. Além disso, o jovem presidente já havia demonstrado hostilidade contra Cuba, Venezuela e Nicarágua, reforçando em qual lado da disputa imperialista este se encontra. Ele também já atacou a Rússia e rasgou elogios a Biden, atual presidente dos Estados Unidos.

Do lado demagógico, Boric anunciou uma equipe ministerial composta de mulheres em sua maioria — nas letras miúdas, entretanto, era possível observar o caráter de cada uma delas: representantes do mais puro neoliberalismo, direitistas e aliadas do imperialismo. 

Outro ponto importante que já demonstrava o caráter do jovem presidente desde o início era sua resistência em liberar os mais de mil presos políticos feitos por Piñera durante as grandes manifestações, que, por sua vez, ficaram conhecidas pela intensa repressão policial, responsável pela morte e ferimentos de diversas pessoas, sendo a sequela mais conhecida deste período a perda parcial ou completa da visão devido a tiros de balas borracha no rosto dos manifestantes.

Todos esses fatores ocorreram antes da posse de Gabriel Boric — e a situação não melhorou nem um pouco após a posse. Há cerca de um mês, estudantes chilenos realizaram uma manifestação para, a princípio, solicitar aumento do valor do cartão de alimentação dado pelo Estado. A manifestação logo aumentou e passou a denunciar abusos nas escolas e os estudantes, em frente ao palácio presidencial, estavam chamando Boric a se juntar a eles. O que aconteceu, entretanto, foi que um jovem de 19 anos foi baleado pela polícia. Os tradicionais jatos d’água também fizeram seu papel em dispersar a manifestação. Da parte de Boric, quase nada foi dito.

Mais recentemente o jovem presidente se deparou com um problema ainda maior. A Câmara chilena rejeitou o quinto projeto de retirada do fundo de pensão. Foram 2 projetos, um apresentado pelo Congresso e outro pelo próprio Boric, que propunham a retirada da poupança dos trabalhadores das Administradoras de Fundos de Pensão (AFP). A diferença fundamental entre os dois é que o projeto do Congresso tentava uma quinta retirada do fundo no valor de 10% da poupança, enquanto o de Boric autorizava isso para alguns casos excepcionais — tudo isso com o objetivo, de acordo com os deputados que votaram a favor dos projetos, de “aliviar o peso da dívida”.

Ao mesmo tempo, em uma tentativa desesperada de demagogia associada à situação catastrófica na qual o Chile se encontra, o país anunciou um plano de racionamento de água para sua capital, Santiago: “Estamos em uma situação sem precedentes nos 491 anos de história de Santiago, onde temos que nos preparar para que não haja água suficiente para todos que moram aqui.”, afirmou Claudio Orrego, governador da região.

Todo o contexto da crise chilena apenas reforça o que já vinha sendo avisado: Boric é um capacho do imperialismo, criado para dar continuidade à política neoliberal de Piñera, porém com um rostinho “bonito e jovem”. No fim das contas, ainda existe a possibilidade do início de uma ascensão da extrema-direita no país, uma vez que Boric se elegeu sob a fachada da esquerda e se demonstrou terrivelmente impopular, e aquele que deveria estar mobilizando a população e atendendo aos seus interesses acabou por se tornar o seu mais novo inimigo.

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