No fim da tarde desta segunda-feira (14), o presidente golpista Jair Bolsonaro embarcou em direção à Rússia após convite do presidente Vladimir Putin. Segundo a agenda de Bolsonaro, ele se reunirá com Putin na quarta-feira (16). Dentre os assuntos divulgados, o tema da conversa entre os dois presidentes girará em torno da compra de fertilizantes russos por parte do Brasil e da inflação.
Após este anúncio, a imprensa burguesa prontamente acionou seus canhões e iniciou uma grande propaganda contra dita viagem. Segundo os golpistas, isso fortalece a Rússia, quando que, na realidade, Bolsonaro deveria desestimular Putin a invadir a Ucrânia.
Aqui, é preciso lembrar que, dentro de todas as tensões envolvendo a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos, é o imperialismo americano quem procura invadir a Rússia, tendo ocupado militarmente a fronteira da Ucrânia em uma clara ameaça à soberania russa.
Nesse sentido, vemos que as declarações da imprensa burguesa não passam de tentativas do imperialismo de tutelar o seu cãozinho – Bolsonaro – e, assim, intensificar o cerco à Rússia. Afinal, o imperialismo sabe que o Brasil não pode se aliar a Putin, principalmente por se tratar do país mais importante da América Latina e, ademais, de todo o mundo.
Aquém da histeria promovida pela campanha da imprensa burguesa, a viagem de Bolsonaro é, basicamente, protocolar. Ele está longe de ser um anti-imperialista, afinal, foi resultado de um golpe dos Estados Unidos contra o Brasil e, em diversas ocasiões, já deixou claro seu apoio ao gigante estadunidense.
Nesse sentido, é preciso observar as cenas dos próximos capítulos. A tensão na fronteira da Rússia ainda está aberta e, até o momento, pouco se sabe sobre que fim terá o embate entre o imperialismo e a burguesia nacionalista. Todavia, uma coisa é certa: em meio a uma crise gigantesca, o imperialismo não irá recuar.