Da redação – Anunciada em uma mesa com um crucifixo, duas velas acesas e uma Bíblia, a presidente golpista autoproclamada Jeanine Áñez empossou, na última quarta-feira (13), os primeiros 11 ministros de Estado que acompanharão seu mandato ilegítimo. O objetivo do governo é garantir o golpe e a realização de novas eleições só com a direita.
Segundo a presidente autoproclamada, o resto do ministério será definido nesta quinta-feira (14) para garantir o funcionamento das instituições do Estado.
Os ministros empossados são: Karen Longaric, ministra das relações exteriores; Jerjes Justiniano, ministro da presidência; Arturo Murillo, ministro do governo; Fernando López Julio, ministro da Defesa; José Luis Parada, ministro da economia; Yerko Núñez, ministro das obras públicas, serviços e moradia; Roxana Lizárraga Vega, ministra da comunicação; Álvaro Coímbra Cornejo, ministro da Justiça; Mario Samuel Ordoñez, ministro do desenvolvimento; María Elva Pinckert, ministra do Meio Ambiente; Álvaro Rodrigo Guzmán, ministro da ENergia
Os novos membros dos ministérios são todos capachos do imperialismo norte-americano. Karen Longaric, por exemplo, afirmou que queria reestabelecer as relações entre Bolívia e Estados Unidos, isto é, submeter o país latino-americano aos norte-americanos.
Por sua vez, Arturo Murillo, ministro do governo (interior), é um representante da extrema-direita de Santa Cruz, foco golpista contra Evo Morales, que anunciou abertamente a caça a políticos da esquerda.
“Vamos à caça de Juan Ramón Quintana (ministro do governo de Morales), porque é um animal que se alimenta de sangue”, anunciou Murillo após tomar posse.
Além disso, há ainda outros nomes vindos da cidade de Santa Cruz, reduto da oposição liderada pelo fascista Luis Fernando Camacho. Como afirma O Globo, “o ministro de Governo, Jerjes Justiniano, é um advogado diretamente ligado a Camacho. O das Finanças, José Luis Parada, era assessor econômico do governo do departamento [de Camacho]”.
Com isso, a extrema-direita e os entreguistas pró-imperialista chegaram ao poder na Bolívia, tudo isso com o apoio dos militares que obrigaram Evo Morales a renunciar.