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Roberto França

Militante do Partido da Causa Operária. Professor de Geografia da Unila. Redator e colunista do Diário Causa Operária e membro do Blog Internacionalismo.

Relações perigosas

Prerrô: um instituto a serviço do softpower norte-americano?

Lobos em pele de cordeiro? Alerta ao PT e a Lula

human right watch como arma imperialista

O Grupo Prerrogativas composto por juristas e advogados “democráticos”, “plurais” e “progressistas” desfila há algum tempo na grade do DCM TV, e talvez seja esse o motivo do pedido de intervenção policialesca de Kiko Nogueira e Pedro Zambarda. O Prerrô tem avançado mais que qualquer Partido na promoção do frente-amplismo, promovendo um encontro entre Geraldo Alckmin e Lula, talvez plantando a informação à jornalista Mônica Bergamo, que se alastraria rapidamente entre a esquerda e os desistentes da “Terceira Via”. O Prerrô, como é mais conhecido, faz parcerias televisivas e analíticas com o IREE.

Um jantar plural, promovido pela “think tank” Prerrô

A maquinaria Prerrô tem tido forte influência na política nacional, articulando figuras da imprensa como Gabriela Prioli, da CNN até advogados e juristas de direita. Já o coordenador do Prerrô, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, tem ampla experiência como colunista em jornais que compõem o Partido da Imprensa Golpista e blogs jurídicos como o Migalhas e Consultor Jurídico. O Migalhas tem apoio e fomento de inúmeros escritórios de advocacia e empresas. Diante dessa maquinaria extremamente poderosa, nos perguntamos se o DCM estaria sendo impulsionado, do alto, para ameaçar o Partido da Causa Operária (PCO). Não temos como depreender elementos mais concretos para essa questão no momento, mas podemos levantar hipóteses a partir do alinhamento político ideológico.

Como sabemos, o estilo DCM é o resultado da mutação da revista “Veja” com a fofoqueira “Contigo!”. O nível político e intelectual do DCM além de baixo, está voltado para a reprodução da sociedade de classe e manutenção do regime político. De acordo com o DCM:

“0 Diário do Centro do Mundo e um site de analises e noticias apartidário e independente. Inspirado nos melhores verticais do mundo, e movido pela visão do “Brasil Escandinavo” – um Brasil que, a sua maneira, mistura as melhores praticas liberais com o bem estar social necessário para uma sociedade harmoniosa. Nossa audiência orgânica e fiel nos leva a altas taxas de clique na publicidade, bem coma altas taxas de engajamento. Aos nossos leitores, oferecemos o insight e a opinião dos melhores jornalistas e especialistas sabre cada assunto analisado, bem coma uma filtragem e resumo dos fatos mais importantes do dia nas mais diversas áreas, com links para as melhores matérias da imprensa brasileira e mundial. Um dos grandes cases da era da internet, o DCM e é hoje uma referencia no jornalismo digital do país e tem como missão fundamental transformar confusão em clareza, jogar luz na escuridão e levar o espirito do tempo aos nosso leitores. (sic ipsis litteris, com grifos nossos)

Além do DCM ser um veículo feito pela burguesia para a pequena burguesia ─ não por operários, como o DCO, sem financiamento corporativo ─, não utiliza sua “grande máquina” para remunerar bons redatores. Mas, excetuando a péssima redação do DCM, a política do site é caçar cliques, alienar a esquerda e criar o “Brasil Escandinavo”. Sob essa orientação, portanto, o DCM compõe sua programação e matérias a partir da visão burguesa do mundo. O sítio é demagógico, profundamente identitário e provavelmente uma arma do softpower norte-americano. Dizemos, “provavelmente”, pois hoje não conectaremos o DCM aos órgãos do Departamento de Estado norte-americano, apenas apresentaremos alguns elementos bastante interessantes sobre a ideologia do DCM e suas relações. 

Faremos isso hoje com base em duas questões específicas: a primeira é o ódio de Kiko Nogueira e Pedro Zambarda ao PCO. As análises de Rui Costa Pimenta e a grande audiência de Rui Costa Pimenta junto ao Canal 247, aparentemente atraiu o caça-cliques Kiko Nogueira, a partir de sugestão de Leandro Fortes. Sempre foi visível o desprezo de Kiko Nogueira a Rui Costa Pimenta e ao PCO, mas o que era aparente desprezo tornou-se ódio quando o PCO desvendou o esquema de Guilherme Boulos com o IREE.

Essa é a aparência da questão DCM. Qual seria a essência?

Muito provavelmente, interesses poderosos vinculados a essa visão de mundo burguesa de Kiko Nogueira e seu jornalista tiracolo Pedro Zambarda, que estariam dispostos a colocar em sua imprensa uma esquerda rosa, liberal e imperialista, vinculada às mesmas estratégias de softpower do IREE/Global Americans/NED.

Juntamente a um clima hostil enfrentado pelo PCO, durante a estada de Rui Costa Pimenta, o DCM se engajou fortemente na campanha pró-Geraldo Alckmin, o que chamou a atenção para um elemento semanal na grade do canal do DCM TV, o Instituto Prerrogativas, carinhosamente auto-intitulado “Prerrô”, nome digno de um marketing cirandeiro e liberal.

As características do DCM estão muito alinhadas ao modo como pensa o PSOL, isto é, a partir de uma visão identitária da realidade, com visões de justiçamento social, de um pseudo-feminismo radical e, mais fundamental, ligado ao oportunismo político. Deste modo, ao perceber a momentânea falência política de Guilherme Boulos, Kiko Nogueira e seu pet tentam levar Lula a cair em uma frente ampla com Alckmin. Por que dizemos isso? Por causa da presença da suposta eminência parda, o Prerrô.

O Prerrô, instituto criado em 2015, teria sido fundado por Marco Aurélio de Carvalho, primeiramente como um “grupo de Whatsapp”. Se as informações do Wikipédia foram disponibilizadas pelo próprio Prerrô:

O Grupo Prerrogativas lançou o seu site oficial em novembro de 2019, e a partir de maio de 2020 iniciou uma série de transmissões ao vivo em seu canal no YouTube que, até julho de 2021, havia recebido entre seus convidados ministros do STF, governadores, senadores, deputados e até o youtuber Felipe Neto. Entre os participantes estão os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira e o presidente da Senado Federal Rodrigo Pacheco, o Procurador-Geral da República Augusto Aras, e o Senador Otto Alencar (PSD-BA), membro da comissão da CPI da COVID-19.

O direitista Marco Aurélio de Carvalho foi um dos nomes do PT para concorrer à pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2018, um dos fundadores da Associação de Juristas pela Democracia (ABDJ) em maio de 2018. Com a ABDJ, mais o crescimento de Lula nas pesquisas, um frente-amplismo começa ser a tara desse “grande Partido Paralelo”, o Prerrô, que força em um jantar uma candidatura com o golpista Geraldo Alckmin, que sequer está em um partido até o presente momento. Lenio Streck, após o indigesto jantar, foi ao DCM explicar o que queriam. Em clima de velório no DCM, Streck, parceiro de Marco Aurélio de Carvalho afirma que hoje “As instâncias se adaptam a um meio ambiente e se defende” como no “darwinismo”, nas palavras de Lenio Streck, um dos sócios do plural Prerrô.

Lenio Streck justificando o frente amplismo do “Partido Paralelo” Prerrô

A pluralidade dos idealizadores  é a forma mais bem acabada de “think tank” formada após 2018, com o objetivo de, aproveitando parte do espólio de Lula, integrar membros dos “direitos humanos” da alta sociedade, além de disseminar informações em massa, como aliança com Alckmin. O Prerrô tem vínculos com o Instituto Sou da Paz (Globo), IREE e tem presença vip no DCM. Marco Aurélio de Carvalho, um pequeno-burguês da ala direita do PT, comparece ao DCM com grande frequência, e foi um dos articuladores da chapa Lula – Alckmin.

Entre as mais diversas figuras do plural Prerrô, Augusto Arruda Botelho, ex-debatedor na CNN, junto a Caio Coppola, é membro da alta sociedade, membro do Prerrô, do IDDD e conselheiro da Human Rights Watch, uma das mais influentes ONGs do mundo, a quarta, de acordo com a The Best Schools, e vinculada ao NED.

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Reprodução/CNN
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Vídeos em canais

Essas relações perigosas não nos parecem tão humanitárias quando vemos o papel da Human Rights Watch desestabilizando regimes políticos mundo afora. Por isso, é preciso que estejamos atentos para os interesses do “advocacy” estabelecido em ONGs imperialistas, e esse pode estar sendo o caminho do Prerrô.

PCO publica nota sobre as “denúncias” do DCM

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