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China reduz investimento

A crise política intensifica a crise econômica

Crise na confiança

O efeito dominó chinês contra a economia americana já ocorre há algum tempo nas relações econômicas entre o imperialismo americano e a grande potência regional, a China. Os chineses estão se antecipando ao que se apresenta como inevitável, o acirramento das relações entre o imperialismo americano e a China, potência regional que desafia o governo norte-americano e não dá mostras de que pretende recuar. O visível enfraquecimento do governo norte-americano colocou a China na posição cômoda de poder se antecipar aos ataques do imperialismo, é um sinal nítido de que a crise entre China e EUA está escalando em um grau cada vez mais elevado. Embora o governo chinês alegue que se trata apenas de questões econômicas, trata-se de uma saída estratégica prevendo futuras retaliações.

Sinais do enfrentamento

27 de agosto de 2010, China reduz investimento nos EUA. No primeiro semestre de 2010, o investimento estrangeiro direto de empresas da China atingiu um recorde de US$ 29 bilhões (um aumento de 34%). O RBC Daily escreve sobre isso com referência à pesquisa da Heritage Foundation. Ao mesmo tempo, o volume de investimentos chineses na bolsa norte-americana foi de apenas 1,6 bilhão de dólares (uma queda de 47% em relação ao ano passado). Para efeito de comparação, o investimento da China nas Américas (excluindo os EUA) e na Europa mais que dobrou no mesmo período, de US$ 8,4 bilhões para US$ 20,1 bilhões.

11 de maio de 2020, investimento direto chinês nos EUA em 2019 caiu para o menor nível em dez anos, interfax.ru. No ano passado, o investimento direto chinês nos Estados Unidos caiu US $400 milhões – de US $5,4 bilhões em 2018 para US$ 5 bilhões, informa a Associated Press, citando um relatório conjunto do Comitê Nacional de Relações EUA-China e a consultoria de do Grupo Ródio. O documento observa que US $5 bilhões é o nível mais baixo de investimento chinês desde a Grande Recessão em 2009, refletindo as tensões entre as duas maiores economias do mundo e as restrições impostas pelo governo chinês ao investimento no exterior.

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse ao secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, que as declarações de “certas autoridades” em Washington estão provocando um confronto entre os dois países

22 de fevereiro de 2022, rbc.ru, “Ministério das Relações Exteriores da China alerta para confronto total com EUA. Diante do cenário de instabilidade na Europa, Pequim lembrou mais uma vez que há risco de confronto na região do Pacífico, onde os interesses dos Estados Unidos e da China se chocam”. É  praticamente inevitável um confronto entre o imperialismo norte-americano e a China.

13 de agosto de 2022, globaltimes.cn, “Cinco gigantes estatais chineses anunciaram separadamente planos para retirar suas ações depositárias americanas (ADS) da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), chamando atenção generalizada em meio às crescentes tensões China-EUA e constantes repressões dos EUA a empresas chinesas”, incluindo uma tentativa de excluir centenas de empresas chinesas. De acordo com um comunicado da gigante de energia chinesa PetroChina Co Ltd, a empresa deu vários motivos para a decisão no comunicado, incluindo o fato de estar enfrentando um ‘ônus administrativo considerável’ para realizar a divulgação das obrigações de manter a listagem de ADSs nos EUA. 

Quatro outras empresas chinesas fizeram declarações semelhantes na sexta-feira – China Life Insurance Co, China Petroleum & Chemical Corp, Aluminum Corp of China e Sinopec Shanghai Petrochemical Co. Devido ao imperialismo americano tornar suas ações respaldadas por leis criadas pelo congresso americano arbitrariamente e à revelia das empresas dos países que eles querem sancionar, a China está tomando a iniciativa de fazer o mesmo, as sanções à economia americana começam a se intensificar. O imperialismo americano está demonstrando que está perdendo força de maneira irreversível, pois potências como Rússia e China estão revidando quase que imediatamente aos ataques do governo americano. É visível que não temos mais um mundo unipolar, onde o imperialismo americano dita as regras e todas as demais nações se calam e seguem os ditames. Nota-se inclusive, noticiado por vários setores da imprensa burguesa mundial, que os Estados Unidos estão se preparando para uma nova crise econômica irremediavelmente com duração muito longa.

16 de agosto de 2022, realtribune.ru, China corta investimento em títulos do Tesouro dos EUA pelo sétimo mês seguido. Segundo o Tesouro norte-americano, a carteira de investimentos do tesouro da China em dívida do governo norte-americano caiu para US $967,8 bilhões em junho, o menor desde maio de 2010, quando foi de US $843,7 bilhões.

China é o segundo maior detentor estrangeiro de títulos do Tesouro americano, porém reduziu o investimento pela primeira vez em 12 anos que caiu para menos de US $1 trilhão. Fonte: Tesouro americano, gráfico reproduzido e adaptado de bcs.express.ru

Vários analistas de mercados mundiais como Chris Turner, do ING, numa entrevista à imprensa burguesa Reuters, assinala essa redução como resultante direta da operação especial russa na antiga Ucrânia, que representa um enfraquecimento do imperialismo americano, e o confisco de reservas cambiais russas, o que fez com que vários outros países reagissem negativamente quanto a seus investimentos no tesouro americano, já que o imperialismo costuma confiscar ativos financeiros de empresas de países que pretendem sancionar, e o mesmo poderia vir a acontecer num possível conflito com o imperialismo americano, ou até uma simples retaliação e seguem a China, na redução de investimentos no tesouro norte-americano, países como o Brasil, Índia, Polônia, Coréia, Hong Kong, Arábia Saudita, Irlanda.

A entrada líquida de divisas na dívida do governo dos EUA em junho somou US $58,9 bilhões, ante uma entrada de US $99,84 bilhões no mês anterior. A entrada de moeda estrangeira em títulos do Tesouro dos EUA foi registrada pelo segundo mês consecutivo. Em maio, a carteira de investimentos da China em dívida do governo dos EUA totalizou US $980,8 bilhões, queda de US $23 bilhões em relação a abril e quase US $100 bilhões em relação a 2021.

O que significa o encolhimento da China

A China, por um lado, está encolhendo estrategicamente diante do cenário de crescimento dos seus rendimentos e, consequentemente, dos preços mais baixos dos títulos dos EUA; por outro lado, o confronto geopolítico entre as potências está levando Pequim a uma política mais cautelosa de armazenamento de suas reservas. O imperialismo americano está economicamente encurralado vendo no horizonte uma crise sem precedentes e duradoura que vai levar a classe trabalhadora do país a uma grande revolta, pois é ela quem vai pagar o preço pela política agressiva da burguesia imperialista.

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