O Haiti, um país massacrado pelo imperialismo, e historicamente revolucionário, o país da revolução dos escravos, novamente vê seu povo em conflito direto com a submissão que buscam lhe impor. Em movimento de greves e lutas populares já de muito tempo contra o massacre que se abate sobre o país, o Haiti vê uma nova explosão popular.
Contra a inflação, os sequestros que se veem aumentar na instabilidade política que o país atravessa, inclusive com o assassinato de seu presidente fantoche do imperialismo, e contra a crise econômica, uma nova greve tomou a capital do país. Englobando diminuição nos transportes, e fechamento de escolas e comércio, a greve se eleva no movimento dos trabalhadores que é, ao fim e ao cabo, contra a dominação imperialista.
O catalisador desta feita foi o assassinato do diácono Sylner Lafaille, no dia 26 de setembro — às portas da Primeira Igreja Batista de Porto Príncipe, a poucos metros do Palácio Nacional — por indivíduos armados. Além disso, sequestraram a esposa do religioso e abriram fogo contra os fiéis.
A violência de grupos armados chancelados por parte das autoridades do país levou ao aumento de 300% no número de sequestros, e o número de pessoas deslocadas por essa violência já atinge os 19 mil segundo matéria da Prensa Latina. A política do governo para com as pessoas que tiveram que deixar suas moradias foi também um dos motivos para o início da greve.
Em meio a esse fato, tendo na véspera o sequestro do pastor Jean Mary Feret Joseph, alguns grupos começaram a também pedir pela renúncia ou demissão do chefe de polícia, León Charles, como a associação de Engenheiros e arquitetos solidários no Haiti. Culpado por eles pela insegurança, e incapacidade das forças governamentais de combater os grupos armados.
O país chegou a passar por 13 anos de ocupação militar da ONU — de 2004 a 2017 —, uma das chamadas “missões de paz”, de “estabilização”, leia-se: repressão da revolta popular. O objetivo não foi outro que não conter a crise política e social na ilha, um constante barril de pólvora.
O Haiti tem passado por todo tipo de males, agravados pela dominação imperialista. A população enfrenta fome, miséria, inflação, desemprego, desastres naturais e toda sorte de crime político, como o assassinato do presidente e a ocupação militar. Símbolo do que buscam impor a toda América Latina, o Haiti está constantemente com as botas do imperialismo sobre seu pescoço. É fundamental combater o imperialismo no Brasil, enfraquecendo-o também em todos os outros países, especialmente na América Latina. A forma de levar a cabo tal luta é derrubar o governo golpista no Brasil, com as palavras de ordem: Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula presidente, por um governo dos trabalhadores! A derrota, o enfraquecimento do imperialismo em um lugar, é o enfraquecimento dele em todo o mundo!