Diosdado Cabello, primeiro vice-presidente do Partido Solicalista Unido da Venezuela (PSUV), denunciou o imperialismo norte-americano afirmando que procuram mecanismos e são especialistas em desviar a ideologia de “alguns supostos revolucionários” para que se oponham ao processo da Revolução Bolivariana, assim como fez com a atual liderança do PCV (Partido Comunista da Venezuela)
No seu canal do YouTube, no programa Con el Mazo Dando de número 399, destacou que “conseguiram com um partido histórico como o PCV […] Conseguiram que a direção desse partido ficasse contra a Revolução Bolivariana, imaginem isso. Estou falando da direção do partido, do Sr. Figuera [secretário geral do PCV] e dos que estão com ele.”
Cabello disse que Figuera “está com o mesmo discurso que o imperialismo norte-americano tem contra nós, e é o mesmo discurso do PCV”.
Disse, também, que ninguém denuncia essa postura do PCV dentro do partido, e que “é lamentável acontecer isso pelo número de mártires que o PCV e os comunistas sofreram nas lutas revolucionárias da Venezuela” contra o imperialismo. Completou dizendo que a atual liderança dessa organização “é digna de pena e é vergonhoso terem essa postura”.
Essa tática de ataque à esquerda da América Latina é mais uma edição da guerra contra o comunismo que a burguesia imperialista americana usa como desculpa para atacar a classe trabalhadora nos territórios onde tenta manter sua dominação a fim de prevenir com isso qualquer possibilidade de acontecer uma revolta popular. O que não é possível de se manter indefinidamente, já que a revolta popular é algo que está latente nas massas, esperando um estopim para vir à tona.
Mais recentemente, como um adjacente dessa tática de dominação, notamos o alto investimento da burguesia imperialista nas chamadas Think Tanks, que são organizações com investimento direto ou indireto do imperialismo que visam atingir as pequenas-burguesias locais dos países onde travam suas batalhas de dominação, bem como as organizações de esquerda e lideranças.
Finalmente, tentam formar ativos e reproduzir seguidores com o mesmo objetivo: atacar os movimentos revolucionários pela raiz, influenciando líderes locais, criando outros tantos que se prestem a estar a serviço dos golpes promovidos pelo imperialismo para que este não precise se mostrar diretamente como participante. É como uma maneira de dar legitimidade a um movimento contrarrevolucionário, e mesmo prevenir o surgimento de qualquer vestígio do mesmo.
Só na América Latina existem mais de 700 Think Tanks espalhadas pelo continente. No Brasil, o Partido da Causa Operária (PCO) tem denunciado a presença de pessoas formadas por essas organizações que tentam sequestrar o movimento das massas, como foi o caso Boulos – IREE. Até hoje, lideranças do PSOL tentam esconder o fato de que estão recebendo dinheiro diretamente de organizações ligadas à CIA.
Por diversas vezes, este Diário já denunciou que esses elementos têm se infiltrado em manifestações para atacar lideranças partidárias fortes, para desintegrar a força das manifestações populares, como também para atacar diretamente determinado governo de esquerda como foi o caso do movimento “Não Vai Ter Copa”, a prévia do movimento da direita para derrubar a presidenta Dilma Rousseff.
O elemento treinado pelas Think Tanks conta sempre com o apoio da imprensa burguesa, que sempre procura apresentá-lo reforçando que é um político autêntico da esquerda. Porém, quando as bases desse elemento são analisadas, só se chega a algum tipo de financiamento de alguma organização de direita ou ainda diretamente de organizações ligadas ao imperialismo americano.
Como coloca Diosdado Cabello em sua denúncia, é inaceitável a esquerda nacional ficar cega para essa ação do imperialismo americano e se calar diante desses personagens que fogem da crítica e se escondem atrás da imprensa burguesa constantemente. Cabello é mais uma voz que atesta que essas denúncias não são coisas inventadas. São um câncer dentro da esquerda que representa um modus operandi do imperialismo.
É preciso, assim como Cabello, denunciar a intervenção desses elementos na esquerda. Não se pode aceitar que as vozes que dirijam as manifestações para despertar a consciência popular estejam envolvidas com um braço do imperialismo americano. Nesse sentido, é preciso ficar alerta a esse ataque silencioso e direto do imperialismo americano, cujo objetivo é colocar a esquerda a reboque da burguesia imperialista.





