Por Brasil 247
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) da Colômbia denunciou nesta terça-feira (15), que 70 pessoas foram mortas de 28 de abril a 15 de junho, quando houve um grande número de manifestações no âmbito da Greve Nacional. Os manifestantes foram submetidos à violência brutal por parte das forças de segurança.
Entre 28 de abril e 31 de maio, foram registrados 3.789 casos de violência policial contra manifestantes da Greve Nacional, segundo a ONG Temblores.
Um boletim divulgado terça-feira à noite com o título “Números de violência”, informa que desses 70 homicídios, presume-se que 46 “foram cometidos pela força pública”, informa a Telesul.
O texto estabelece que, no período citado, 73 pessoas foram vítimas de lesões oculares por projéteis lançados pela Força Pública desde o início dos protestos.
Além disso, 25 pessoas foram violadas sexualmente e seis devido à violência de gênero.
O Indepaz documentou que 1.445 pessoas foram detidas arbitrariamente pela força pública e 1.133 pessoas relataram violência física por parte das forças policiais.
A entidade especificou que 539 pessoas foram vítimas do crime de desaparecimento forçado.
O Indepaz mencionou que durante o ano de 2021, 42 massacres ocorreram na Colômbia, dos quais nove ocorreram desde o início da Greve Nacional.
Desde a assinatura do acordo de paz em 2016, 1.190 líderes sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados.
Em 2021, 74 líderes humanitários e ativistas foram assassinados, disse a organização, e especificou que 18 homicídios ocorreram desde o início da Greve Nacional.
O Indepaz lembra que em 2021, 27 signatários do acordo de paz foram assassinados e 276 desde a sua assinatura.
A entidade argumenta que “a responsabilidade dos membros da força pública por suas ações, omissões e cumplicidades deve ser apurada pelos órgãos de controle e instâncias internacionais.
“É preciso alertar para o uso arbitrário e desproporcional da força policial, que sistematicamente viola o direito de protestar e, de forma correlata, viola inúmeros direitos”, disse a entidade.