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Incêndio em Matanzas

Os cinco dias que abalaram Cuba, e as lições ganhas para sempre

O fogo está sob controle, com pequenos focos em extinção

─ Granma PT ─ MATANZAS – Como de tantas outras histórias grandes, algum dia será preciso contar em calma sobre estes últimos cinco dias que abalaram Cuba desde a dor do fogo – literal e da alma – e também a partir de uma vontade que se supera a si mesma.

A adversidade mais extrema não só trouxe sofrimento: tem sido, mais uma vez, a possibilidade da aprendizagem, e a ratificação, Ilha dentro, de que as pedras encontradas na luta não foram vistas como obstáculos, mas sim como peças com as quais fazer caminhos, pontes e muros novos na rota da resistência.

Era o que dizia na manhã da quarta-feira, 10 de agosto, o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, na reunião que aqui examinou o que foi feito na madrugada e noite precedentes, a propósito do combate contra o sinistro na zona industrial de Matanzas: o acontecido nas últimas horas não paralisou o país, porque viemos fazendo muita coisa para seguir melhorando, e isso é demonstrativo, refletiu o chefe de Estado, «das capacidades que há na Revolução Cubana para seguir adiante e aprender todos os dias».

Em meio da terrível envergadura dos eventos – valorizou o presidente – houve calma, capacidade para fazer consensos de como trabalhar; e aí estão os resultados: «Em cinco dias aproximadamente temos conseguido o controle de um fogo de grande envergadura», aponto Díaz-Canel. E pôs ênfase: «Agora o importante é não recuar».

O fogo está sob controle, com pequenos focos em extinção. Essa foi a melhor notícia escutada no encontro que também contou com a presença do primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, c com a do secretário de Organização no Comitê Central do Partido, Roberto Morales Ojeda – ambos membros do Bureau Político – bem como com a primeira-secretária do Partido na província, Susely Morfa González, e o Governador do território, Mario Sabines Lorenzo.

Desde múltiplas arestas se atualizaram númeos e se realizaram as análises. O ministro da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, afirmou que na terça-feira, 9, havia um total de 128 pessoas atendidas depois do início do fogo; somavam 108 altas médicas; não se registrava um novo falecido identificado; e já na quarta-feira, 10, o número de ingressados era de 20 (com cinco pacientes em estado crítico, dois graves, e treze em condição de cuidado).

O titular informou que foram sendo preparados os peritos que terão que resgatar e identificar os desaparecidos no sinistro. Relativamente ao meio ambiente, garantiu que se manteve a monitorização das condições nas zonas impactadas pelo fogo.

A propósito, a ministra da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Elba Rosa Pérez Montoya, explicou que se produziu uma perda na altura da base da coluna de fumaça, e previu que assim continuará acontecendo. «Continuamos», disse, «monitorizando a qualidade do ar, sobretudo em Matanzas». Também comentou que se observam as províncias de Mayabeque, Havana, Artemisa e Pinar del Río.

Após ser escutados dados referentes ao estado da água próxima do local do desastre, o primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, expressou que se ratifica que os indicadores de poluição estão abaixo dos números de perigo, e que não chegaram pacientes aos hospitais com afetações relacionadas com a poluição.

A situação eletroenergética do país – especialmente o relativo ao funcionamento da usina termelétrica Antonio Guiteras – o desempenho, passo a passo, dos bombeiros que já não enfrentam perigo de propagação ou de explosões; os mais de 240 voos dos helicópteros que em cada missão despejavam duas toneladas de água, foram assuntos abordados na reunião. També se falou acerca do valor de registrar e refletir, a partir da comunicação, todas as ações despregadas para sufocar o sinistro.

«É muito importante refletir – expressou Roberto Morales Ojeda – sobre que teria significado não ter desdobrado, tal como se fez, um trabalho integrado, coordenado, com um esforço extraordinário, que constitui uma verdadeira façanha. Falou-se, ainda, dos 25 voos do México e da Venezuela; de como tiveram lugar múltiplas provas de solidariedade por parte do pessoal do transporte de todo o país, tanto estatais como não estatais; de como o fogo não causou afetação alguma ao turismo; e de como os bombeiros continuam trabalhando nos muros de contenção do fogo, fazendo tudo por terra, para sufocar o que resta.

De como continuaram sendo asseguradas as atividades econômicas e sociais no território, das mais de 5.000 pessoas evacuadas a causa do fogo, do que se fará com as moradias afetadas pelo sinistro, da generosidade chegada de outras latitudes, e também de outros lugares da Ilha, falou no encontro Mario Sabines Lorenzo. Entretanto, Susely Morfa González argumentou sobre a importância da comunicação e o povo de Matanzas que em suas opiniões mais recorrentes, agradece à direção histórica da Revolução e aos máximos dirigentes de hoje pela companhia incessante, pela vasta experiência compartilhada.

As tarefas fundamentais da província não pararam. «Agora o que resta é trabalhar», asseverou.

No fim do encontro o presidente Díaz-Canel se referiu «aos elementos que nos conduziram a uma etapa de controle do sinistro», bem como ao que se esteve fazendo com vista à etapa de recuperação.

«Aqui um dos elementos fundamentais que nos permitiu avançar, sobretudo nos últimos dias, foi o esforço feito pelos companheiros da Cupet (União CubaPetróleo), dos Recursos Hidráulicos, da União Elétrica, para garantir os caudais de água que se necessitavam, para operar o próprio sistema do local, que foi afetado em alguns lugares pelo fogo». O presidente falou dos esforços para poder somar a esse sistema as tecnologias procedentes da Venezuela e do México.

Tal como raciocinou, parece fácil, mas o trabalho tem sido descomunal; porque, por exemplo, as canalizações somente podiam ser carregadas com grúas, e o trabalho era feito em meio a muito altas temperaturas, muitas vezes interrompido pelas turbulências do sinistro.

Falou da coragem de todos, das forças da construção fazendo muros de areia; dos helicópteros; dos conselhos de defesa que foram ativados; da maneira em que fluiu a informação à população; de não confiar porque o trabalho duro não terminou; do mérito que entranha ter garantido que não colapsaram mais tanques: «O que foi conseguido», sublinhou, «tem a ver com o heroísmo, com a coragem, com a solidariedade, com o compromisso, e com a unidade com que isso foi enfrentado. Eu acho que aí estão as razões, aí estão as essências do resultado e também da certeza de que vamos continuar avançando».

A agenda da máxima direção do país incluiu depois um percurso – que liderou o presidente Díaz-Canel – pela usina termelétrica Antonio Guiteras, onde hoje são procuradas as maneiras para manter o fornecimento necessário de água que demanda a entidade geradora para suas operações.

O seguinte ponto no itinerário foi a chegada, não longe do local do fogo, à rede condutora que leva a água à usina Guiteras, e aos depósitos de combustível, a qual teve uma avaria e por isso diminuiu o caudal de água que necessita a central termelétrica.

Ao meio-dia, o chefe de Estado visitou a entrada da primeira doca dos depósitos de combustível de Matanzas. Lá conversou com irmãos venezuelanos que vieram ajudar-nos nestas horas difíceis. Um filho da terra bolivariana disse ao presidente: «Somos de várias refinarias, mas aqui tratamos de conversar um só idioma para combater esse dragão (referindo-se ao fogo)».

Ali, onde também havia homens valiosos de Cuba e do México, o presidente falou de unidade. As emoções, em meio a uma paisagem cinzenta e de traços negros por culpa do fogo, marcavam múltiplos encontros. Foram as mesmas emoções vividas depois na sede Camilo Cienfuegos da Universidade de Matanzas, onde o presidente conversou com familiares, ali evacuados, e que foram afetados pelo perigo do incêndio.

Do império que absurdamente não elimina o bloqueio, da estoica juventude que temos – e tal verdade tem sido bem constatada nestas horas – do povo nobre e grande que é Cuba falou o presidente. E como sempre acontece, as mulheres se envolveram em diálogos comoventes.

Um estudante universitário disse a Díaz-Canel: «Confiamos em você. Todo o povo confia em você porque confiar em você é confiar também em nós mesmos, porque cada pessoa tem que contribuir com seu grão de areia». E o presidente respondeu que ele sozinho, o que significaria? Então o jovem, que havia explicado sobre projetos locais, retrucou: «São você e o povo. Somos nós, pois todos somos povo».

Escutaram-se vivas à Revolução e a seus líderes históricos, vivas ao povo de Matanzas. E mais uma vez a voz do jovem expressou a Díaz-Canel: «Continuaremos avançando; Pátria ou morte: Venceremos; … e estamos com você».

Leia a edição 6828, de hoje, 12/08/2022 do Diário Causa Operária abaixo:

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