Neste domingo, dia 7 de novembro, ocorrem as eleições presidenciais na Nicarágua. O país tem enfrentado muita pressão por parte do imperialismo nos últimos anos, pressão essa que tem o intuito de retirar do governo o presidente Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Liberação Nacional, que se encontra no governo desde o ano de 2007.
Da mesma forma que faz com ouros países, casos como os da Venezuela e da Síria, o imperialismo tenta usar da manobra de desqualificar o processo eleitoral do país latino-americano.
Desta vez, a imprensa internacional busca apresentar o processo como antidemocrático, sem a participação da oposição e controlado por um órgão corrupto e submetido a Ortega, o Comitê Nacional Eleitoral.
Os argumentos utilizados pela imprensa imperialista são, no mínimo, uma grande falácia. Isso porque em várias ocasiões esses mesmos órgãos apoiaram as prisões de candidatos presidenciais em eleições na América Latina, como é o caso de Lula. Da mesma forma, os candidatos favoritos a ganhar as eleições não puderam participar por impedimentos legais fabricados pelo imperialismo inúmeras vezes, casos de Evo Morales na Bolívia e Rafael Correa no Equador.
Da mesma forma, a imprensa imperialista no Brasil praticamente força a população a dizer que acredita nas eleições brasileiras e no Tribunal Superior Eleitoral, chegando ao cúmulo de taxar todos os que discordam com a urna eletrônica, por exemplo, de antidemocráticos. Ora, porque deveríamos acreditar cegamente no órgão do estado responsável pelas eleições no Brasil, mas deveríamos acreditar que as eleições na Nicarágua são uma farsa?
Para além do descrédito midiático, as eleições também estão sendo combatidas através da lei. Não da lei nicaraguense, mas sim dos Estados Unidos. Isso porque o congresso norte-americano aprovou uma lei chamada de “Lei Renascer” que tenta fazer com que o governo nicaraguense aceite na marra realizar eleições aos moldes desejados pela terra do Tio Sam.
A lei tenta, por exemplo, rever os tratados de livre comércio com os Estados Unidos. A congressista responsável pela lei, María Elvira Salazar (que foi casada com Arturo Cruz, preso na Nicarágua por conspiração junto aos EUA para derrubar o governo eleito e que tentava se eleger neste ano), pediu pressa para que Biden aprove a lei e que implante sanções ao país, o que, nas palavras da própria deputada seria “um duro golpe contra a economia de Nicarágua”. Ou seja, não há o mínimo de preocupação com o povo nicaraguense, que sofrerá com embargos e sanções econômicas.
Mas não é só os EUA que tentam desestabilizar o governo da Frente Sandinista. A Organização dos Estados Americanos (OEA), que na prática é controlada pelo imperialismo, pediu a soltura de todos os presos que pleiteavam sua candidatura nas eleições deste ano. 7 candidatos estão presos, a maioria por conspiração contra o governo do país em aliança ao imperialismo.
A União Europeia, por meio de seu chefe de diplomacia, Josep Borrell também desacreditou as eleições nicaraguenses. Borrell disse que as eleições são, em suas próprias palavras, “fake” e que servem somente para perpetuar o “ditador” Ortega no poder por mais tempo.
Toda a pressão contra o país da América Central demonstra como a onda de golpes de Estado na América Latina não passou. É preciso combater os processos golpistas, sendo essa a única maneira de manter o mínimo de democracia em todo o continente.