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Calúnias

A incansável ofensiva da direita contra o governo peruano

Direita e imperialismo se unem novamente para desestabilizar governo de Castillo, eleito no início deste ano

As eleições peruanas no começo deste ano foram acirradas. Denúncias de fraude, grande demora na apuração dos votos, ameaças de morte e provocações rondaram o país enquanto  Pedro Castillo (Perú Libre) e Keiko Fujimori (Fuerza Popular), filha do ditador fascista Alberto Fujimori, disputavam a presidência.

Diversas especulações giravam em torno de Castillo. O presidente não tem uma política radical, tem um caráter conciliador, posições pessoais conservadoras e não tem uma raiz no movimento popular. No começo da campanha diversos fatores indicavam que um possível governo de Castillo seguiria, apesar de relativamente nacionalista, por uma via mais conservadora. Este fator precisou ser esclarecido, uma vez que tanto a esquerda quanto a burguesia afirmaram que Castillo e seu partido são socialistas, radicais e que iriam mudar o país em um estalar de dedos.

Apesar deste não ser efetivamente o caráter do governo de Castillo, o candidato surfou nas mobilizações que ocorriam no país. A população estava farta de anos de neoliberalismo e destruição no Peru, tendo Castillo se tornado uma figura de oposição a Fujimori, que se destacava como direitista e como herdeira da política de seu pai.

Começava então uma disputa acirrada. O imperialismo e a burguesia apostaram todas as suas fichas em Fujimori, propagandeando sua campanha e atacando Castillo de todos os lados. A população peruana, devido a situação, transformou a candidatura de Castillo em uma candidatura popular e alcançou um aumento significativo na polarização do país, resultando, mesmo apesar de diversos entreveros, na efetiva eleição de Castillo.

É sabido, entretanto, que a eleição de um candidato não necessariamente significa sua vitória. Se ele não conseguiu ser retirado nas urnas, será retirado na marra, caso este seja o desejo da burguesia.

Uma das ferramentas utilizadas atualmente pelo imperialismo (além de bombas e ocupações) é o identitarismo, além da clássica acusação de corrupção. Com acusações morais, o imperialismo come o governo pelas beiradas e tenta efetivar um projeto de desestabilização, tentando inclusive arrastar um setor da classe média histérica consigo, tanto de direita quanto de esquerda.

Em apenas 20 dias, o governo de Castillo já viu a queda de seu primeiro ministro. Héctor Béjar, ministro de Relações Exteriores, renunciou em meio a uma intensa campanha da imprensa e dos partidos de direita após a divulgação de uma declaração fora de contexto. 

No meio destes acontecimentos, o primeiro-ministro, Guido Bellido, e outros membros do partido Perú Libre, como Vladimir Cerrón e Guillermo Bermejo Rojas, foram alvos de uma investigação do Ministério Público após uma acusação de ligação ao grupo guerrilheiro Sendero Luminoso. Tudo ocorreu sem nenhuma prova além de um relato, mas Vladimir Cerrón, secretário-geral do partido Perú Libre, teve sua casa invadida e vasculhada e, no momento, tem contra si um alerta da Polícia Nacional para que não organize nenhum tipo de fuga — tal ameaça foi confirmada pelo ministro do interior, Juan Carrasco. Além da casa de Cerrón, diversas sedes do partido Perú Libre também foram invadidas pela polícia após supostos casos de corrupção durante as eleições.

Guido Bellido, além das acusações citadas anteriormente, acabou se deparando com uma acusação de machismo por parte de Patricia Chirinos, uma deputada do partido opositor Avanza País. Chirinos acusou Bellido de manifestar declarações machistas, tendo apenas a sua palavra como prova, e, desde então, a imprensa direitista peruana tem feito um esforço para resgatar diversas declarações passadas de Bellido, classificando-as como machistas e homofóbicas.

Outro perseguido é Iber Maraví, Ministro do Trabalho, que além de estar sendo bombardeado com a propaganda da imprensa, viu ser apresentada uma moção de interpelação multipartidária pelos congressistas das bancadas Renovación Popular, Fuerza Popular e Avanza País, devido a relatórios policiais dos anos 80 que supostamente o vinculam a atentados terroristas da época.

A perseguição política e a tentativa de desestabilização do governo não poderia ser mais evidente. Tais atos acabam também por ser uma prova do caráter popular do governo do Castillo e da possibilidade de uma maior radicalização — mas tudo isso só poderá ocorrer a partir do momento que as massas forem às ruas para apoiar o governo, levantando palavras de ordem contra o imperialismo e a direita peruana.

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