O candidato presidencial colombiano pela coalizão do Pacto Histórico, Gustavo Petro, encerrou sua campanha neste domingo (22) com um grande comício na histórica Praça Simón Bolívar, em Bogotá, informa a Telesul. Gustavo Petro exortou os colombianos a ficarem atentos a uma possível sabotagem das eleições pelo governo de Iván Duque, cuja rejeição atualmente chega a 70%.
“Eles não querem que as eleições ocorram em 29 de maio porque sabem que vão perder. Estão tentando um golpe contra o voto popular (…) Convoco as demais campanhas presidenciais para se reunirem”. O chamamento é para que todas as candidaturas impeçam um golpe contra as eleições do próximo domingo, 29 de maio.
Destaca a matéria do portal Brasil 247 sobre as eleições na Colômbia.
O jornalismo do DCO já publicou matéria recente sobre as eleições colombianas onde foi denunciado e explicado como e sob quais pretextos o governo dos Estados Unidos da América se esforça para manter um “Estado permanente de golpe contra o povo” colombiano, como tem feito há anos em todos os países da América Latina, usando como pretexto a ‘ameaça comunista’ principalmente, além de temas como ‘combate às drogas’, ‘combate à corrupção’ etc.
O candidato de esquerda na Colômbia, Gustavo Petro, favorito em todas as pesquisas, convocou dois de seus adversários para uma reunião nesta segunda-feira diante de um suposto plano do governo para impedir as eleições presidenciais de 29 de maio. Especialistas eleitorais e membros do próprio Governo afirmam que esses rumores carecem de verdade.
A uma semana das eleições que lhe dariam a vitória, Gustavo Petro surpreendeu seus seguidores. Em uma cerimônia de encerramento da campanha em Barranquilla neste sábado, o candidato à presidência da Colômbia garantiu que o atual governo tem um plano para que as eleições não ocorram em 29 de maio (fonte France24)
O candidato alertou que este anúncio seria oficializado na próxima terça-feira: “Eles planejam suspender as eleições, planejam suspender os órgãos que dirigem o regime eleitoral na Colômbia”, declarou.
“Estou convocando nesta praça pública, nesta rua cheia de multidões, a todas as campanhas políticas atualmente em competição, à campanha de Sergio Fajardo (de centro), à campanha de Rodolfo Hernández (populista), à campanha do Pacto Histórico, estar em alerta.
Rumores persistentes de fraude eleitoral
As acusações de Petro vieram no mesmo dia em que o secretário nacional, Alexandre Vega, deu uma entrevista coletiva na qual prometeu garantias de que não haverá fraude nas eleições.
Por sua vez, o ministro do Interior colombiano, Daniel Palacios, negou as acusações, ao mesmo tempo em que pediu que “os candidatos e as equipes não gerem desinformação”.
Esses rumores circulam na Colômbia desde o início da semana, por diferentes políticos. O primeiro a se referir a essa suposta trama foi o senador Rodrigo Lara, que afirmou que o Executivo ou a Procuradoria Geral da República queriam suspender as eleições.
Daniel Palacios também rejeitou essas acusações, assim como o diretor da ONG Missão de Observação Eleitoral. Segundo Alejandra Barrios, é “realmente impossível” que as eleições sejam suspensas porque só é estipulado por ‘motivos de força maior, como uma catástrofe natural’. Na Colômbia as eleições nunca foram suspensas ou adiadas, nem mesmo nos piores anos da guerra entre o Estado e a ‘extinta’ guerrilha das FARC.
Medidas de segurança impressionantes para a fórmula “Petro-Márquez”
Em outros eventos da campanha do Pacto Histórico, a candidata a vice-presidente Francia Márquez teve que ser escoltada e retirada do palco onde fez seu discurso de encerramento, em Bogotá, também naquele sábado. A ativista afro-colombiana foi alvo de um laser verde e teve que terminar seu discurso enquanto estava coberta com escudos de proteção.
A segurança de Gustavo Petro também foi reforçada recentemente, dada a suspeita de sua equipe de que queriam assassiná-lo. No evento de Barranquilla, o candidato de 62 anos chegou em um veículo blindado atrás de uma plataforma, da qual falou, cercado por guarda-costas, a mais de 100 metros de onde o público estava.
Todas as pesquisas concordam em mostrar o esquerdista como o favorito para vencer as eleições, embora ele não conseguisse no primeiro turno. O desconhecido é com quem será disputada a segunda rodada, com “Fico” Gutiérrez ou com Rodolfo Hernández.
Neste domingo, último dia permitido pela lei eleitoral para os candidatos realizarem eventos em locais públicos, Petro e Márquez encerraram sua campanha eleitoral em Bogotá. Com a emblemática Plaza de Bolívar cheia, a fórmula do Pacto Histórico dizia ter certeza de sua vitória em 29 de maio.
O último levantamento, publicado na sexta-feira passada, dá a Petro uma intenção de voto de 40,6%, seguido por Federico “Fico” Gutiérrez, da coalizão de direita Equipo por Colombia, com 27,1%, e pelo populista Hernández, com 20,9%.
Em seu discurso, Petro vai contra o que qualifica como a “elite voraz” que acusa de saquear recursos do Estado durante anos. O candidato alertou que, se se tornar o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, fará mudanças no estado, como reformar a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público e formar uma comissão para investigar casos de corrupção.
Suas propostas de suspender as novas licenças de exploração de petróleo e “democratizar” os recursos despertam temores em alguns setores da burguesia colombiana. Alguns empresários alertaram seus funcionários que apoiar o Petro pode ser motivo de demissão.
“Que pensamento de senhores feudais, senhores de escravos”, criticou Petro da Plaza de Bolívar, em Bogotá, a segunda praça que conseguiu encher de seguidores no último dia em que a lei permite atos públicos antes das eleições.
“Em nome dos ninguéns e dos ninguéns, quero ser sua vice-presidente. Vamos da resistência ao poder até que a dignidade se torne costume”, disse Márquez, líder social e feminista que, se chegasse ao poder, seria a primeira afrodescendente a ocupar um cargo país.
Os acontecimentos das eleições na Colômbia nos dão um modelo do que pode acontecer nas demais eleições na América Latina.
Apesar de todo empenho do imperialismo golpeando e ameaçando governos e lideranças, apesar das ações violentas dos governos de direita contra a classe trabalhadora e lideranças populares, com os diversos assassinatos e sequestros por grupos paramilitares, a população colombiana mostra uma grande radicalização à esquerda e isso demonstra nitidamente um enfraquecimento do poderio imperialista sob os seus dominados. Olhando o panorama da América Latina, podemos ver que existe uma espécie de rebelião em curso, talvez nem aconteça a Cúpula das Américas como foi dito no programa “Análise Política da Semana”, apresentado na plataforma YouTube, que acontece todos os sábados às 16 horas, pelo jornalista e presidente do PCO, Rui Costa Pimenta (1:13:18h):