O motim de ontem, 18, na prisão Bellavista é fruto da profunda crise no Equador, que está levando a vários protestos contra o governo neoliberal, dentro e fora do sistema carcerário. 13 prisioneiros foram mortos e ao menos 2 ficaram feridos na cidade equatoriana de Santo Domingo disse a agência penitenciária do Equador, em mais um atentando de violência carcerária no país.
O número de vítimas é maior que o divulgado, devendo ser confirmado ainda pelas autoridades, uma contagem final ainda será realizada pelo gabinete do procurador-geral.
Nesta mesma prisão, em maio, a violência matou 44 cidadãoes e deixou onze feridos, sendo dois venezuelanos e um policial. Neste dia, 220 presos escaparam.
O governo do presidente Guillermo Lasso atribui a violência carcerária às brigas entre gangues pelo controle do território e pelas rotas do narcotráfico. Porém é claro e certo que essa crise vem do desespero das maiorias empobrecidas do país. O atual governo é formado por empresários e elites de mestiços brancos que vivem em bairros exclusivos e se socializam basicamente entre grupos privilegiados, não reagiu à frustração popular após dois anos de catástrofe econômica e social causada pela pandemia.
O aumento dos preços dos combustíveis é para os setores populares um fator tangível de responsabilidade governamental exclusiva que afeta diretamente a inflação, gerando sérias consequências sobre a renda das pessoas.
Na verdade, a revolta indígena e popular de outubro de 2019, que é o antecedente direto desta nova greve, foi precisamente devido ao aumento brutal do preço do diesel, que em pouco tempo passou de um dólar por galão para 2,30 dólares. O diesel no Equador é utilizado para o transporte público e o transporte de mercadorias pesadas.
A Burguesia ignora o efeito do aumento dos combustíveis na inflação, no aumento do custo da produção nacional, na perda de competitividade das exportações de um país dolarizado e no aumento das importações que se tornam mais baratas.





