O presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou que as relações com o governo dos Estados Unidos não irão evoluir, por enquanto, por causa do apoio do país norte-americano ao golpe de Estado ocorrido no país andino em 2019.
“Com os EUA, continuamos sem ter embaixadores”, disse o mandatário. “Os EUA são um país com o qual podemos falar de temas comerciais e outros, mas definitivamente não temos embaixadores e creio que as relações, como elas estão, vão se manter dessa forma”, continuou.
Ele ainda completou, durante entrevista com a rede de televisão russa RT em Nova Iorque, em meio à Assembleia Geral da ONU: “não pensamos que haja maiores progressos em nossas relações por esses antecedentes e outros históricos que temos.”
O golpe de 2019 ocorreu logo após o então presidente Evo Morales vencer as eleições presidenciais e se reeleger para seu terceiro mandato consecutivo. A oposição não aceitou o resultado e Morales capitulou, aceitando uma recontagem e uma repetição na votação. Vendo essa demonstração de fragilidade do líder indígena, a direita e o imperialismo ─ com clara participação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da embaixada dos EUA ─ deram um golpe militar, com o apoio do exército e da polícia, e obrigaram Morales a fugir para a Argentina.
Devido à intensa mobilização popular, um ano depois o governo golpista não conseguiu se segurar e teve de chamar novas eleições, nas quais foi eleito o candidato apoiado por Morales, Luis Arce.
Leia a edição de hoje do DCO: