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Crise na Argentina

Argentina se aproxima da hiperinflação

Inflação argentina derrubou ministra que durou apenas 25 dias no cargo

A queda da ministra da economia com apenas 25 dias no cargo reflete o tamanho da crise por que passa a Argentina, terceira maior economia latino-americana, ficando atrás de Brasil e México.

A última reunião da aliada de Cristina Kirchner, ministra Silvina Batak, com o FMI resultou em um acordo de 45 bilhões de dólares, aumentando significativamente a dívida de um país que já estava bastante endividado e prestes a chegar à inadimplência. A dívida externa da Argentina chegou a  274,3 milhões de dólares em março de 2022.

Quando um país negocia sua dívida externa com o FMI em condições econômicas ruins, o acordo tende a ser muito vantajoso para o FMI e todos sabem que o papel fundamental dele é fazer a sangria das economias dos países emergentes enquanto engorda os recursos para os países monopolistas. O descumprimento de partes do acordo levarão a piorar ainda mais a situação da Argentina.

A economia da Argentina tem como principal renda as exportações de commodities, alimentos como soja, milho e trigo. Com a queda de atividades internacionais os preços estão em queda, reduzindo suas receitas.

A inflação registrada em junho foi de 5,3% e a acumulada nos últimos doze meses ficou em 64 %. Apenas nos primeiros seis meses do ano já acumulou a cifra de 36,2 %, sendo a mais alta entre as principais economias do planeta. O Banco Central argentino estima que ela poderá ultrapassar os 70% até o final do ano. E fez novo acréscimo aos juros de 8% indo para 60%  

Essa é uma tendência mundial e está associada aos custos de produção elevados pela falta de matérias primas disponíveis devido à crise econômica mundial, a alta nos preço dos combustíveis, tendo o agravante  da elevação dos juros nos EUA pelo Fed, o banco central, que repercute na elevação dos preços globais, onde a moeda de troca é o dólar.

O PIB estimado em 771 bilhões de dólares segundo dados do FMI, apresentou crescimento de 10,3% em 2021, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec). No quarto trimestre houve crescimento de 8,6% devido ao crescimento nas exportações anuais em 23%, 15,8% na produção industrial e 13,2% no comércio.

Olhando apenas para os dados do PIB ficamos com a certeza que a economia vai bem. Mas não é o caso, isso acontece ao mesmo tempo que o desemprego está alto, 7% oficiais, Inflação alta podendo chegar a mais de 70% até o final do ano, metade da população passa fome, juros internos na casa dos 60% com tendência de aumentar, aumento dos custos de produção por condições externas, processo de desindustrialização desde a década de 1980, a crise econômica de 2008, pandemia e agora o conflito entre a Otan, EUA e Inglaterra contra a Rússia em solo ucraniano, provocando um panorama sombrio para todos os países.

O componente que explica o desarranjo na economia da Argentina e demais países de desenvolvimento atrasado é a dívida externa. O alto grau de endividamento dos estados nacionais ocorre há muito tempo. Chegamos agora ao nível mais elevado e explosivo que passou a afetar os países desenvolvidos também. São dívidas impagáveis e comprometem a capacidade dos estados financiarem o desenvolvimento interno. 

O endividamento transfere os recursos dos trabalhadores para os bancos através do estado. As taxas de juros estão na estratosfera e com décadas onde o estado financia quase integralmente a iniciativa privada para manter o lucro, a capacidade de arrecadação do estado ficou amplamente comprometida graças ao pagamento dos juros da dívida. 

Os monopólios trocaram os lucros com a produção pelos lucros das aplicações financeiras levando os estados nacionais à quase exaustão de recursos. Como os ricos do planeta quase não pagam impostos, retiram os benefícios sociais dos trabalhadores, reduzem os salários e, com isso, provocam desemprego, fome e miséria para estes, ao mesmo tempo que aumentam os lucros dos capitalistas.

Este é um problema que também a Argentina enfrenta cotidianamente e é a essência da crise capitalista. O novo ministro da economia argentina, Sergio Massa que é o atual presidente da câmara dos deputados, membro da coalizão Frente de Todos , ex-prefeito da cidade de Tigre (Buenos Aires), advogado, e ex-dirigente do clube de futebol Tigre, e tem adquirido pela imprensa capitalista o título de superministro com a árdua e improvável tarefa de “salvar a Argentina”.

A tarefa é árdua e improvável pois além dos graves problemas econômicos internos e externos, precisa aumentar a dose de estrangulamento financeiro dos trabalhadores, agravando a crise política, como a única alternativa dada pelo imperialismo. Não é à toa que os ministros da economia anteriores não conseguiram chegar ao fim do mandato, foi pela pressão imperialista para garantir os ganhos dos monopólios, coisa que não tinham por princípios fazer. Procuraram evitar aplicar o neoliberalismo integralmente.

A crise na Argentina é tamanha que até mesmo o valor dos títulos do governo se desvalorizaram quase integralmente, sendo cotados por cerca de 30 ou 40 centavos de pesos. E não demora muito para chegar ao Brasil, o chamado efeito “orloff”.

Embora Cristina Kirchner tenha concordado em ser vice e tentar montar um governo menos propício ao imperialismo, sofre duras pressões para entregar o dinheiro argentino aos monopólios. A força econômica está com eles.

Se não entregarem as riquezas ao imperialismo já está anunciada a queda de todo o governo. Para evitar o pior terá que adotar a política que lhes interessa e sendo assim contra os trabalhadores.

Está na hora dos trabalhadores argentinos se mobilizarem e irem para as ruas defender seus empregos, salários e contra a fome e miséria que tende a aumentar ainda mais. É nas ruas que os trabalhadores mostram sua força e organização. Nas lutas contra o pior sistema que o mundo já conheceu e que provoca cada vez mais a fome e a miséria dos trabalhadores e que eles devem se pautar e por abaixo de uma vez esse sistema opressor. É hora dos trabalhadores ocuparem seu lugar na história. E esse lugar é no governo operário já!

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