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Crime de guerra

Aliados de Joe Biden matam mais de 80 iemenitas em bombardeio

Coalizão militar é liderada pela Arábia Saudita, braço dos Estados Unidos no Oriente Médio

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De acordo com as ONGs, Medecins Sans Frontieres (Médicos sem fronteiras) e Save The Children (Salve as crianças) instaladas no Iêmen, estas que agem de acordo aos interesses imperialistas, um ataque aéreo no país matou pelo menos 87 pessoas e deixou 130 feridos e ainda havia matado três crianças que brincavam em um campo de futebol próximo à zona de explosão.

Desde 2014, o Iêmen está em uma guerra civil entre as forças do governo, estas que são reconhecidas pela ONU, subentende-se forças a serviço do imperialismo, e membros do movimento Houthi, uma milícia popular pela libertação do país dos domínios estrangeiros, levando a um ataque de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os Houthis. 

No dia 17 deste mês, um drone das forças houthis atingiu a capital dos Emirados, Abu Dhabi , matando três civis e provocando condenação por parte da opinião internacional. Os Emirados Árabes Unidos responderam que se reservam o direito de retaliar.

A região do ataque abriga a prisão de Saada, locais controlados pelas milícias populares, estas que são apoiadas pelo Irã, outro ataque ocorreu na última sexta-feira (21) atingindo um prédio de telecomunicações na região de Hodeidah, cidade portuária no oeste do Iêmen, que foi retomada pelos Houthis em novembro, causando um apagão nacional de internet, situação confirmada pelo NetBlocks, organização que monitora as conexões ao redor do planeta.

Os ataques não foram reivindicados por ninguém, porém a liderança Houthi afirma que o ataque partiu da dita coalizão por democracia liderada pela Arábia Saudita, país conhecido por ser o capacho dos EUA no Oriente Médio.

Esta coalizão está atacando o Iêmen desde 2015, com o pretexto de “ajuda” ao governo local, contra os ditos rebeldes, lembrando que os Houthis se declaram abertamente anti-imperialistas.

Os ataques foram intensificados após o ataque Houthi aos Emirados, em Abu-Dhabi, a Arábia Saudita está realizando ataques extremamente violentos ao que eles dizem ser alvos militares, observamos que se trata do mesmo modus operandi pela coalizão liderada pelos EUA ao Iraque em 2003

O canal de televisão Houthi-run Al Masirah disse que dezenas de pessoas haviam sido mortas e feridas no ataque em Saada. As imagens mostravam homens tentando remover escombros usando as mãos para alcançar presos e feridos para levá-los ao hospital al-Jamhuri.

Entendendo o conflito

Para entendermos o interesse de “pacificação” da região por parte das forças imperialistas, precisamos entender o papel do Iêmen no Oriente Médio, um país de extrema importância no tráfego do petróleo.

O Iêmen é um país árabe localizado na península arábica. Sua capital e cidade mais populosa se chama Sana’a. Por sua localização estratégica,  é um país de grande importância, pois está situado exatamente na rota comercial do petróleo, de modo que os navios petroleiros da região precisam passar por ele. É vizinho dos principais produtores de petróleo do oriente médio, Arábia Saudita, Oman e Irã.

Para entendermos o conflito político, precisamos entender a questão religiosa no país, afinal as vertentes religiosas também estão envolvidas no conflito. A maioria da população na região é de etnia árabe e muçulmana, só que dentro do islamismo, existem duas diferentes vertentes: os Xiitas e os Sunitas. Os Sunitas são a grande maioria da península arábica, e os Xiitas estão em apenas três países, Iraque, Irã e o Bahren.

Voltando lá para 2011, iniciava-se o movimento conhecido como Primavera Árabe, que consistiu uma série de protestos que tinham o objetivo exigir uma melhor qualidade de vida para a população e derrubar os ditos governos ditatoriais e opressores que vigoravam na época. Protestos que tinham a única função de desestabilizar os governos locais para que as forças imperialistas pudessem tomar conta da região.

Depois de ter atingido alguns de seus objetivos, surtindo efeito na Tunísia, Egito e Líbano, esse movimento chegou no Iêmen atingindo Ali Abdullah Saleh, que acabou sendo deposto pelo movimento.

Após a saída de Ali Abdullah Saleh, e logo depois, sua morte, o controle no Iêmen fica com seu vice, Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi. Contudo, o atual presidente, Abd Rabbuh, era da vertente Sunita e esse fato acabou por causar um conflito entre os Sunitas e os Xiitas. Assim, a minoria Xiita, os Houthis, começa uma série de movimentos contra o atual presidente.

Assim, em Julho de 2014, os Houthis deram início a sua ofensiva visando o controle da cidade de Sanna’a. Em 21 de Setembro os Houthis conseguem o comando de Saana’a. Em 20 de janeiro de 2015, após novos combates, os Houtihs se apoderam do Palácio Presidencial em Sanna´a e cercam a residência do presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi. O presidente então foge para Áde, uma cidade que fica ao Sul do Iêmen – e, consequentemente, os Houthis conseguem o controle da sede do governo e da rádio estatal.

Contudo, lembremos que os Sunitas constituem maioria, assim, os Xiitas contaram com a ajuda do Irã, que é um dos países vizinhos do Iêmen e possui população de maioria Xiita, similar ao grupo Houtis. A medida que o Irã passou a apoiar os Xiitas, a Árabia Saudita, também vizinha do Iêmen, passou a apoiar os Sunitas, vertente de maior apelo popular na região.

No dia 26 de Março de 2015, a Arábia Saudita e seus aliados põem em prática uma intervenção saudita no Iêmen, apoiada por outros países – como Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Sudão, Egito, Jordânia, Marrocos, e, até 2017, Catar -, que passam a formar a “Coalizão Saudita” – também chamada de Operação Renewal of Hope (ORH), atenção aos nomes em inglês das operações.

A primeira operação da Coalizão é chamada de “Operação Decisive Storm” e seu principal objetivo foi restabelecer Hadi como presidente e controlar o avanço dos Houthis sobre Àde, a cidade ao Sul, a qual o presidente Abd Rabo Mansur Hadi se abrigou, por meio de ataques e bloqueios aéreos e navais. Os ataques, logo nas primeiras semanas, atingiram o seu objetivo de neutralizar o exército Houthis.

No dia 21 de abril de 2015, 28 dias após o início da “Operação Decisive Storm”, a coalizão saudita declarou que, devido ao sucesso dos ataques, a operação seria substituída por outra, a chamada “Operação Renewal of Hope”,que está em vigor até hoje. Os ataques aéreos continuam sendo o foco principal da coalizão, e culminou na “Operação Golden Arrow”, uma operação liderada por forças dos Emirados Árabes Unidos e do exército do Iêmen, que retomou o controle da cidade portuária de Àde.

Mediante diversos ataques dos dois lados, o conflito se intensificou ainda mais no ano de 2015, quando os Houthis promoveram um ataque a míssel contra a capital e mais populosa cidade da Arábia Saudita, Riad. A Arábia Saudita respondeu com um bloqueio marítimo, terrestre e aéreo no Iêmen, que foi aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU.

O bloqueio logo se estendeu aos outros portos controlados pelos Houthis e agravou o caos vivenciado por milhões de iemenitas, restringindo inclusive os carregamentos para ajuda humanitária. Após intensa crítica internacional, a Arábia Saudita levantou o bloqueio no final de 2017, aliviando parte da pressão, não mudando, no entanto, a dependência das decisões políticas sauditas sobre a permissão do tráfego comercial e humanitário.

Isso mostra que a ofensiva Saudita nada mais é do que um ataque contra a independência iemenita, um ataque a mando dos EUA, que desde a crise do petróleo cria pretextos para invasão aos países do Oriente Médio, afim de controlar a produção de combustível, ataques feitos de diversas formas, seja com as conhecidas “Revoluções Coloridas”, infiltração nos governos, disparo em massa de mensagens em redes sociais contra os governos e por fim colocando seus capachos para dentro de um conflito, os EUA se especializaram em combater guerras em terras estrangeiras, guerras que nunca acontecem em seu território, usando seus “funcionários” locais como bucha de canhão.

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