A segunda metade do século XX, nos Estados Unidos, foi época de grande revolta popular, principalmente por parte da população negra do País que, há muito, é marginalizada pelo imperialismo estadunidense. O ano de 1965 seria ainda mais uma prova do nível que a radicalização do povo norte-americano havia chegado contra o capitalismo. O episódio em questão lembra o que ocorreu no ano passado, com a morte de George Floyd e a explosão de atos massivos em todo o País.
No dia 11 de agosto de 1965, Marquette Frye, homem negro de 21 anos, foi parado por um policial após o mesmo suspeitar que Frye estaria dirigindo bêbado. Convencido disso, o policial, Lee Minikus, informou por rádio que o carro seria apreendido. Com isso, o irmão de Frye caminhou até sua residência, levando ao local sua mãe, a dona do carro. A situação se complicou quando o policial, ao lado de reforços, tentou prender Frye à força. Em seguida, uma multidão se reuniu em volta desta cena, atirando pedras nos policiais que, a esta altura, já estavam prendendo Frye e sua família. Na ocasião, 29 pessoas foram presas.
Depois deste dia, multidões tomaram as ruas do distrito de Watts, em Los Angeles, em um dos maiores levantes da história dos Estados Unidos. Para se ter uma noção, no dia 13 de agosto, por volta de 2.300 homens da Guarda Nacional se juntaram à polícia para tentar manter a “ordem”. Um dia depois, este número aumentou para 13.900 guardas. Logo mais, a Lei Marcial foi declarada e um toque de recolher foi aplicado. Após apenas 5 dias de revolta, houveram 34 mortes, 1.032 feridos, 3.438 prisões e mais de 40 milhões de dólares em danos a propriedades públicas. Depois deste episódio, a radicalização da população negra só seria superior ao que ocorreu em Watts em 1992, também em Los Angeles.
O levante de Watts demonstra que o descontentamento com o sistema capitalista por parte do povo negro – e da classe trabalhadora, em geral, – não é de hoje. O fato é que o imperialismo oprime a classe operária mundial, pricipalmente, através da forças policiais. Essas forças policias servem apenas para reprimir e manter a classe operária sob uma ditadura e que está cada vez mais violenta nos dias atuais.