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Dia de hoje na história

O incêndio do Reichstag

Em 27 de fevereiro de 1933, ocorria o incêndio no prédio do parlamento federal da Alemanha

O incêndio que atingiu o prédio do Parlamento alemão (Reichstag) em 27 de fevereiro de 1933 é considerado um acontecimento crucial para o estabelecimento da Alemanha nazista.

Nessa data, o Reichstag, em Berlim, foi incendiado em situação que até hoje geram polêmicas sobre os reais interesses e responsáveis por detrás do episódio. Após anunciado o alarme de incêndio do Palácio do Reichstag a um posto de bombeiros da cidade, estes, juntamente com a polícia quando lá chegaram, já encontraram a Câmara dos Deputados sendo engolida pelas chamas.

As averiguações da polícia nazista resultaram na culpa de um ativista político comunista chamado Marinus Van der Lubbe. Van der Lubbe era um pedreiro desempregado que tinha chegado recentemente na Alemanha. A acusação da SA era de que Van der Lubbe havia chegado à Alemanha para realizar suas atividades políticas.

O incêndio foi utilizado pelos nazistas para aumentar a cruel perseguição contra os opositores, em especial os socialistas e comunistas, com a alegação de que estavam começando uma “conspiração” contra o governo alemão. Van der Lubbe foi executado e outros quatro líderes comunistas foram presos logo depois.

Adolf Hitler, que havia sido empossado um mês antes, em 30 de janeiro, como chanceler da Alemanha, pressionou o Presidente Paul von Hindenburg a impor um decreto de emergência a fim de responsabilizar o Partido Comunista da Alemanha pelo incêndio. O decreto eliminava a liberdade de expressão, de opinião, de reunião e de imprensa. O sigilo do correio também era abolido. Além disso, o governo em Berlim ganhava poderes para “intervir” nos estados, a fim de garantir “a paz e a ordem”. Assim os nazistas passaram a dispor da ferramenta decisiva para combater seus inimigos. Sem provas nem controle jurídico, eles podiam deter qualquer um que lhes fosse desconfortável. O decreto pavimentou, assim, o caminho para a ditadura de Hitler.

Entretanto, o inquérito do incêndio do Reichstag continuou, com o nazismo ansioso para descobrir a suposta cumplicidade da União Soviética. No início de março de 1933, foram presos três búlgaros que estavam desempenhando funções cruciais durante a triagem de Leipzig, também conhecida como o “Inquérito do Incêndio do Reichstag”: Georgi Dimitrov, Vasil Tanev e Blagoi Popov. Outros quatro réus no julgamento foram absolvidos, uma decisão que irritou Hitler.

Há cerca de dois anos, em 26 de julho de 2019, a imprensa alemã teve acesso a uma declaração juramentada em 1955, recém-descoberta nos arquivos de um tribunal em Hannover, que apresenta uma versão contrária àquela defendida pelos nazistas de que o comunista holandês estava por trás do crime.

No relato em questão, Hans-Martin Lennings, ex-membro da força paramilitar nazista Sturmabteilung (SA), conta ter levado o holandês Marinus van der Lubbe até o Reichstag na noite do incêndio. Segundo o depoimento, quando Lennings e sua equipe da SA chegaram ao prédio da Parlamento com Van der Lubbe, eles notaram “um estranho cheiro de queimado, e havia nuvens de fumaça flutuando pelos cômodos”. O que não se explica é porque uma unidade da SA teria transportado Van der Lubbe de uma enfermaria para o Reichstag naquele dia, mas o depoimento sugere que o fogo já havia começado quando eles chegaram. Hans-Martin Lennings disse ainda em seu depoimento que ele e seus colegas chegaram a protestar contra a prisão de Van der Lubbe, à época com 24 anos.

“Estávamos convencidos de que Van der Lubbe não poderia ter sido o incendiário, porque, de acordo com a nossa observação, o Reichstag já estava pegando fogo quando o deixamos lá”.

O ex-oficial da força paramilitar registrou ainda que ele e outras testemunhas foram detidas e forçadas a assinar um documento negando qualquer conhecimento sobre o incidente. Mais tarde, quase todos eles foram executados. Lennings disse que foi previamente alertado e, por isso, conseguiu fugir para a antiga Tchecoslováquia. O ex-membro da SA teria pedido que seu depoimento fosse certificado em 1955, para o caso de o incêndio do Reichstag voltasse a ser julgado. Lennings morreu em 1962.

Em 2008, a Alemanha perdoou postumamente Van der Lubbe, sob uma lei introduzida em 1998 para suspender condenações de pessoas que cometeram crimes durante o regime nazista.

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