Em 2014, a Ucrânia sofreu um golpe de estado apoiado pelo imperialismo norte-americano, que teve como resultado a deposição do presidente eleito Viktor Yanukovych. O golpe se deu através de violentas manifestações artificiais, induzidas por organizações não governamentais financiadas pelos Estados Unidos que atuam no país, algo muito semelhante ao que vivenciamos no Brasil com as manifestações golpistas do “não vai ter copa” e posteriormente o impeachment de Dilma Rousseff, que contou também com setores fascistas da sociedade.
Na Ucrânia não foi diferente, porém os fascistas de lá são melhor organizados, armados e politicamente representados. Destaca-se o Prav Sektor, o setor direito, que abriga os principais grupos de extrema direita nazista ucraniana e foi consolidado a partir desse golpe. Vale ressaltar que o apoio norte-americano a grupos nazistas nesse país vem de longa data, desde o período da segunda guerra mundial.
O pretexto para o golpe se deu então principalmente pela questão do alinhamento da Ucrânia a união europeia, ou seja, uma aliança com o imperialismo mundial, afastando-se da proximidade com Rússia, tendência do governo Yanukovych. As negociações para um equilibrio entre esses extremos havia fracassado.
A união entre esses dois setores apoiados pelo norte americanos: A classe impulsionada pelas ONG’s e as milícias nazistas, tornaram possível a realização do golpe e da imposição de um governo de força. O resultado foi uma intensa repressão a população de origem russa em todo território do país, proibidos inclusive de se comunicarem em seu idioma original. Essa perseguição perdura até os dias atuais, se tornando cada vez mais violenta com o passar dos anos a partir desse período.
Esse novo panorama político que se consolidou atingiu em cheio a região da Crimeia, uma península localizada ao sul da Ucrânia, banhada em quase sua totalidade pelo mar Negro, com exceção de sua porção nordeste, onde sua costa recebe o mar de Azov.
A região possui uma população predominante de russos étnicos, somando praticamente 60% de sua totalidade, segundo dados coletados até 2001, que aponta também a dominância do idioma russo na península.
Os fatores citados foram motivos suficientes para a violenta repressão por parte das milícias nazistas, que logo após ao golpe já tiveram início. Tanto a resistência armada quanto a população civil passaram a ser covardemente atacadas. Porém o apoio russo a essa resistência local permitiu que o parlamento da Criméia realizasse um plebiscito para decidir entre a adesão a federação russa novamente ou permanecer como parte da Ucrânia, dominada pelo nazismo a partir de então.
Os resultados apontaram que 80% da população participaram das votações, sendo 93% dos votantes a favor da Rússia. A minoria tártara, vítima de uma campanha contrária aos russos na região, boicotou o referendo. O plebiscito completa 8 anos nessa quarta feira dia 16.
Esse fato significativo mostra a importância do apoio que a classe trabalhadora brasileira precisa dar à população russa da Ucrânia. Basta da agressão nazista apoiada pelo imperialismo na região. Não devemos nos deixar iludir pela imprensa golpista e pela esquerda pequeno burguesa brasileira, ambos possuem os mesmos interesses: o irrestrito apoio ao imperialismo mundial e o esmagamento da classe trabalhadora em todo o mundo.
