Ao longo do desenvolvimento do capitalismo, houve um período marcado pela exploração colonial: um país – a maioria, na atualidade, imperialista – invadia outro país atrasado e o utilizava como território destinado à produção, em sua maioria agrícola. Entretanto, ao decorrer da história, iniciou-se um processo revolucionário se contrapondo à hegemonia das metrópoles, o processo de independência. Com exceção dos Estados Unidos, a partir do século XIX, dezenas de países latino-americanos começaram a proclamar suas independências, uns mais tardios do que outros.
Um dos países que demorou a conquistar sua independência foi a Jamaica, apenas atingindo tal marco em 1962, quase 60 anos após seu antecessor, o Panamá. Tal data se deve a uma série de fatores relacionados ao estilo de dominação colonial exercido pelo Império Britânico, que retirou a ilha do domínio espanhol em 1655.
A Jamaica foi a principal colônia do Império Britânico. Após o Tratado de Madrid, em 1670, que reconhecia a soberania da Inglaterra, iniciou-se um processo intenso de desenvolvimento econômico, centrado no cacau e, principalmente, no açúcar. Em 1672, foi criada a Real Companhia Africana, a qual rapidamente obteve o monopólio do tráfico de escravos na região. Por conseguinte, a Jamaica tornou-se um dos maiores centros do tráfico negreiro para a América do Sul e, logo mais, a maior produtora de açúcar do século XVIII.
O problema, para os Ingleses, desse rápido processo econômico viria séculos mais tarde. Na era colonial, o desenvolvimento dependia completamente da mão-de-obra escrava o que, consequentemente, fez com que a população de escravos na Jamaica superasse a população de brancos na casa dos milhares para que o nível de produção de açúcar e outros insumos aumentasse cada vez mais.
Já no século XX, as condições estavam criadas. Após a crise de 1929, com o mundo capitalista apresentando acentuada decadência, espalhou-se um sentimento de descontentamento generalizado entre a população jamaicana contra a dominação inglesa. Essa insatisfação levou à formação de um movimento pela independência em 1938. Nem mesmo o desenvolvimento econômico pós-Segunda Guerra foi capaz de impedir o levante popular e, em 3 de janeiro de 1958, o povo jamaicano iniciou um processo de independência.
Todavia, esta etapa foi marcada pela criação da Fundação das Índias Ocidentais (WIF) pela própria Jamaica (cofundadora), união entre várias ilhas das Caraíbas dentro da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth). Logo depois, em 1962, o País saiu da WIF, declarando, finalmente, ser um Estado Independente, soberano de seu próprio território.