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1822: a culminação de um processo revolucionário

O ano de 1822 é um dos mais importantes, se não o mais importante da história nacional, foi um ponto chave da revolução que libertou o Brasil do domínio de Portugal

O ano de 1822 é um dos mais importantes, se não o mais importante, da história do Brasil. Não é apenas a data de fundação do Brasil como país independente, a data de nascimento do país que existe até os dias de hoje. Outras datas recebem muito destaque como pontos de inflexão na história nacional como a Revolução de 1930 ou a abolição da escravidão e a proclamação da república em 1888 e 89. Mas nenhuma dessas lutas pelo progresso e pela libertação da nação seriam possíveis sem o primeiro grande passo que foi a conquista da independência, o ápice de um processo revolucionário.

A história da independência não pode ser entendida sem se ter uma compreensão do que é uma revolução burguesa e, no caso do Brasil, isso é peculiar pois quase toda a sua história está atrelada a esse processo. O Brasil surgiu na verdade a partir de um processo revolucionário em Portugal, a Revolução de Avis em 1385, que alçou D João I como representante da burguesia do país. Foi a primeira dessas revoluções na Europa, foi tão prematura que precedeu em 200 anos a próxima, que aconteceria na Holanda. A partir desse processo Portugal pode realizar as grandes navegações e assim descobrir o Brasil.

Sendo assim o Brasil, desde o seu nascimento em 1500, nasceu sobre a égide de um novo mundo, do qual Portugal apresentou o primeiro suspiro. Esse novo mundo só viria a ser predominante após a Revolução Francesa de 1789, a revolução universal nas palavras de Karl Marx. Foi desse processo revolucionário, a maior e mais importante das revoluções burguesas, que surgiu o grandioso acontecimento que foi a independência do Brasil, bem como muitas outras revoluções em diversas partes do mundo durante o século XIX.

Para o Brasil, a Revolução Francesa chegou de uma forma bem peculiar, provavelmente única em toda a história mundial, a transmigração da corte portuguesa ao Rio de Janeiro. Esse processo em si, que aconteceu em 1808 devido à invasão de Portugal por Napoleão, deu o pontapé para as grandes mudanças que estavam por vir. Entre 1808 e 1822 o país já teve um enorme progresso ─ a presença de todo um aparato de Estado da metrópole no que até então era uma colônia causou um impacto gigantesco na economia e na política. Isso se materializou quando em 1815 o Brasil foi oficialmente elevado a reino, no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Mas a Revolução Francesa não chegou no Brasil apenas por meio da família real. As ideias revolucionários e as mobilizações afetaram desde a população pobre das cidades e do campo até a classe dominante rural e o próprio príncipe herdeiro do trono, D Pedro. Os movimentos desorganizados que existiram durante os dois séculos anteriores, sendo os mais famosos a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira, ganharam uma coesão que no final garantiria a vitória da luta pela independência do Brasil.

Em 1817 a Revolução chegou em Pernambuco, mas foi um episódio que não se desenvolveu nacionalmente. Contudo, quando a revolução liberal eclodiu no Porto, em Portugal, em 1820, ela deu início ao que seria o ápice do processo revolucionário do Brasil. A partir deste momento a burguesia de Portugal partiu para a ofensiva, tentando recolonizar o Brasil por meio do retorno da família Real. Isso gerou no Brasil uma reação de luta para manter a condição elevada que o país havia atingido. Ao mesmo tempo, a tendência da população, com destaque para as bases das forças armadas, era a da defesa da constituição, de um regime liberal, e é aí que entra a figura revolucionária de D Pedro I.

O príncipe herdeiro era um defensor do liberalismo, ou seja, dos novos ideias que haviam tomado conta do mundo com a Revolução Francesa, era um admirador de Napoleão (que levou as conquistas da Revolução para toda a Europa), ao contrário dos antigos monarcas que possuíam uma repulsa por tudo que ele representava. Ele ao mesmo tempo era um líder militar e assim pode liderar esse processo revolucionário que acontecia no Brasil. Quando as tropas se rebelaram em defesa da constituição no Rio de Janeiro, em 1821, ele assumiu a liderança do movimento e jurou lealdade à constituição. Posteriormente ele escreveria tanto a constituição brasileira como a portuguesa.

Foi a partir dessas revoltas populares que eclodiram em 1821 que D Pedro passou a ser a principal figura política do país, um verdadeiro líder popular. Enquanto seu pai D João VI voltou a Portugal a mando das Cortes, ele ficou no Brasil e lutou pela liberdade da nação. De 1821 até o final da guerra de libertação nacional, D Pedro I liderou uma enorme mobilização popular que primeiro expulsou os portugueses do Rio de Janeiro e depois de todo o Brasil, assim conquistando a unidade do território. Ele foi uma liderança revolucionária assim como foram Napoleão e Simón Bolívar, mesmo sendo uma figura da família real e herdeiro do trono.

Essa fonte de confusão e calúnias contra o processo de independência, que seria a contradição do monarca ser progressista, desaparece ao se analisar a história das dinastias de Portugal. Em 1385 D Joao I de Avis liderou uma revolução. D João IV de Bragança também liderou a revolução de 1640 contra a dominação espanhola de Portugal. Esta teve seu impacto no Brasil com a expulsão dos holandeses de Pernambuco, que foi por sua vez um processo revolucionário em si. D Pedro I seguiu essa tradição: foi monarca e revolucionário, foi a liderança da maior libertação colonial da história da humanidade.

No aniversário de 200 anos da Independência do Brasil, os ataques a este importantíssimo evento aparecem de todos os lados, desde a imprensa imperialista até a imprensa golpista nacional passando pelos professores universitários, a direita e a a esquerda pequeno-burguesa, que seguem cegamente o que dizem esses jornais. Aqueles que atacam esse processo revolucionário que fundou o Brasil, um dos mais importantes países do mundo, também atacam a revolução brasileira dos dias de hoje.

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