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Sucateamento

Sindicato denuncia gestão bolsonarista por desmonte da Embrapa

Desde o golpe de 2016, política neoliberal vem destruindo uma das mais importantes empresas estatais de agropecuária do mundo

─ CUT ─ A direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF) divulgou nota esta semana criticando a gestão bolsonarista do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Moretti, que anunciou uma reorganização institucional na estatal, quando a iniciativa é, de fato, um grande desmonte da empresa.

E a proposta que Moretti anunciou por meio da imprensa confirma os questionamentos e as críticas da direção do Sinpaf. Ele propõe cortes drásticos nos custos com vigilância armada, limpeza, água, energia e quadro de trabalhadores, diz trecho da nota.

Defende, ainda, diz a nota, “a captação de recursos da iniciativa privada, por meio de um novo modelo de negócios, para transformar a Embrapa naquilo que acredita ser uma empresa ágil e eficiente”.

“Todo esse processo é estranho e pouco transparente, mas evidencia a tentativa despudorada de transformar a empresa em um balcão de negócios, facilitando a apropriação privada da estrutura e da inteligência construídas por décadas de investimentos públicos”, diz o Sinpaf.

Confira a íntegra da nota 

GESTÃO MORETTI ANUNCIA DESMONTE DA EMBRAPA

No momento em que o país se encontra em uma das suas piores crises, nas esferas política, econômica, ética e sanitária, em um ano de grande instabilidade, pois, além da pandemia, teremos eleições para presidente da república, governos estaduais, senadores deputados federais, o presidente da Embrapa, totalmente alinhado ao Governo Federal negacionista, anuncia, pela imprensa, o desmonte da Embrapa.

Ao anunciar uma ‘fantástica’ e imediata reorganização institucional, a Gestão Moretti propõe cortes drásticos para fazer jus a um orçamento combalido por conta de sua inércia administrativa. Defende, ainda, a captação de recursos da iniciativa privada, por meio de um novo modelo de negócios, para transformar a Embrapa naquilo que acredita ser uma empresa ágil e eficiente. O caminho para conseguir tal feito – convertendo a Embrapa em uma grande corporação privada – seria a criação de um amplo centro de serviços compartilhados, aliado a uma drástica redução de custos com vigilância armada, limpeza, água, energia e pessoas, essas últimas por meio de um eventual plano de demissão incentivada e pelo desligamento daquelas que forem completando 75 anos. 

Para iludir os desavisados que ainda caem nas narrativas fantasiosas da Gestão Moretti, a entrevista dada ao Estado de S. Paulo é recheada por citações de cifras, valores e projeções mirabolantes, com o objetivo de dar veracidade à estória contada. Nela se retoma a velha e recorrente promessa de eliminação das funções gratificadas existentes na Embrapa. Lembrando que, passados mais de 30 meses dessa sofrível gestão, o custo com esse tipo de despesa nunca diminuiu. Pelo contrário, semana passada, um novo assessor da presidência foi anunciado.  

Entretanto, a cereja do bolo para mostrar alinhamento entre as festejadas mudanças do mundo corporativo e a planejada reorganização na Embrapa é o fato da Gestão Moretti se gabar dessa proposta ter sido elaborada por uma empresa de consultoria, diga-se de passagem, regiamente remunerada com recursos “doados desinteressadamente” pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

Todo esse processo é estranho e pouco transparente, mas evidencia a tentativa despudorada de transformar a empresa em um balcão de negócios, facilitando a apropriação privada da estrutura e da inteligência construídas por décadas de investimentos públicos. 

Pegos desprevenidos pelo anúncio do desmonte da empresa, trabalhadoras(es)/pesquisadoras(es) expressam incredulidade com mais uma ação antidemocrática e sem transparência da negacionista Gestão Moretti.

A pergunta seguinte, feita por um pesquisador veterano, reflete a sensação generalizada de revolta na Embrapa, por se desencadear um processo assumidamente privatizante, unilateral e autoritário:

“Como uma instituição científica do tamanho, complexidade e relevância da Embrapa chega ao ponto de ser reestruturada, unilateralmente, sem que a proposta seja discutida e muito menos construída com a participação de seus/suas cientistas e demais trabalhadores/as? O que dizer de uma gestão que não dialoga internamente, mas que se apressa em anunciar na imprensa uma mudança desse porte? Como não ficar indignado com um processo tão apressado e inapropriado, em meio à grave crise institucional vivenciada pela empresa? A mudança proposta precisa ser imediatamente rechaçada”, enfatiza o experiente cientista. 

O cerne da discussão sobre uma eventual necessidade de reorganização da Embrapa abarca uma questão central. Qual deve ser o papel de uma empresa pública de pesquisa agropecuária? Esse debate precisa ser iniciado de imediato, especialmente nesse momento em que a Embrapa está sendo cooptada para atender interesses de pessoas e grupos específicos; em que a centralização e a concentração de poder só aumentam; em que pessoas inexperientes são alçadas a cargos estratégicos; em que gastos desnecessários são feitos com sistemas e softwares ineficientes; em que a burocracia cada vez maior sufoca a criatividade e a produtividade na empresa;  entre outros problemas que estão se acumulando.

De toda forma, se o conjunto de trabalhadores e trabalhadoras fosse consultado acerca da necessidade de uma reorganização institucional, certamente que o desejo seria por uma drástica e imediata mudança qualitativa, talvez começando pelos componentes da alta gestão os quais estão, de fato, de maneira muito competente, destruindo a Embrapa. Essa certamente seria uma mudança bem-vinda. Precisamos de mais defensores da Embrapa e menos ‘marionettis’.

Por uma Embrapa Pública, Democrática e Inclusiva! 

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