,Para a Comissão de Anistia sob o controle dos bolsonaristas, vítimas da ditadura militar de 64 são terroristas. Governo negou mais de 1300 pedidos de indenização de reparação à anistiados de 2016 para cá.
Após afastamento de Rita Spahi, integrante da comissão desde 2009, que se demitiu em maio denunciando a infiltração bolsonarista (nomeação de militares de carreira contrários à concessão de reparações aos anistiados e à instauração da Comissão Nacional da Verdade), hoje, João Henrique Nascimento de Freitas (ex assessor do senador Flávio Bolsonaro, atual assessor do general Mourão), passou a presidir a comissão. Freitas também foi autor da ação popular que suspendeu a indenização aos familiares do militante guerrilheiro Carlos Lamarca (assassinado pela ditadura militar em 1971).
Segundo denúncia de Vitor Mendonça, advogado e único representante dos anistiados na comissão:
“Estão criando gargalos para indeferir tudo. Não aceitam provas com base nos testemunhos. Se até hoje a polícia faz a detenção sem mandado e não fica registro algum, imagine como era na ditadura… Isso aqui não é um ‘rejulgamento’ de militantes políticos do tempo da ditadura. A gente não pode chegar e falar: ‘Você era culpado, era terrorista, não tem direito’. Se for assim, passa a ser legítimo chamar os torturadores de volta. E vamos começar a debater a situação deles. Anistia não é isso.”
O advogado rebateu a argumentação do general Luiz Eduardo Rocha Paiva (um dos bolsonaristas infiltrados como conselheiro, autor do prefácio do livro de Carlos Alberto Brilhante Ustra, “A Verdade Sufocada”) que indeferiu pedidos com argumentações do tipo:
“É lícito que o Estado, defendendo a redemocratização, que sempre foi um objetivo declarado por todos os presidentes militares, estivesse investigando uma associação dessa natureza. O que aconteceu com ela não foi por perseguição política, é porque ela era uma militante de uma organização terrorista.”
“Na televisão, eu vi os fuzileiros cercando e sendo aliciados pelos marinheiros que estavam dentro do sindicato, jogando os fuzis no chão, entrando e aderindo ao movimento. Aquilo parecia o ‘Encouraçado Potemkin’ no Brasil (filme clássico sobre a Revolução Russa)… Esses amotinados não são vítimas de perseguição política, não estavam em ato político. Eles estavam em uma rebelião que comprometeria toda a hierarquia e a disciplina.”
Após essa total perversão e manipulação da comissão por parte do governo Bolsonaro, governo de militares defensores da ditadura e da tortura, a direita tenta reescrever a história apoiando os crimes da ditadura militares culpando as vítimas.