O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse à golpista Folha de S.Paulo que uma aliança entre o PDT e o PSOL avança em São Paulo. Segundo Lupi, o PDT apoiaria o líder do MTST, Guilherme Boulos. Em troca, o PSOL faria campanha pela eleição do escolhido pelos trabalhistas para o Senado por SP e não lançaria um nome próprio”, segundo a Folha.
Confirmando a aliança com o PDT de Ciro Gomes, o presidente do PSOL no estado de São Paulo, João Paulo Rillo, em entrevista à revista Carta Capital, confirmou que é “muito boa” a expectativa no partido de que o PDT apoie a candidatura de Guilherme Boulos ao governo de São Paulo. Segundo Rillo, “a candidatura ao Senado em São Paulo seria o palanque de Ciro”.
Se esta aliança se confirmar, o PSOL e Guilherme Boulos apoiariam o candidato do PDT em São Paulo e revelaria ainda mais sua política oportunista para as eleições. Ainda segundo a Folha, mas também encontrado no sítio do PDT, existem três opções para lançar ao Senado: a ex-reitora da Universidade de São Paulo, Suely Vilela, o ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), Mario Filho, e a vice-presidente do PDT-SP Maria Giovana.
Vamos nos ater aqui apenas à ex-reitora da Universidade de São Paulo, Suely Vilela. Suely Vilela é uma figura da política paulista de extrema confiança do PSDB. Sua candidatura foi aprovada nada menos pelo ex-governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Em sua gestão no ano de 2007, Suely Vilela em apoio ao tucano José Serra foi responsável por uma das maiores mobilizações recentes da Universidade de São Paulo que se alastrou para todas as universidades estaduais e até mesmo federais. Contra os ataques, os estudantes ocuparam a reitoria da USP por 51 dias e iniciaram uma greve de estudantes, depois funcionários e professores. A mobilização ocorreu em consequência de decretos do governador José Serra que retirava a pouca autonomia das universidades estaduais, apoiada por Suely Vilela, e outras reivindicações.
A reitora atacou duramente o movimento estudantil e a ocupação. E após dois anos, em 2009, foi responsável por colocar a Polícia Militar dentro do campus, fato que não ocorria desde o final da ditadura militar. A pedido da reitora e do governador José Serra, a PM entrou no campus do Butantã e reprimiu duramente a mobilização de estudantes e funcionários.
Foram grandes mobilizações, principalmente de estudantes, contra Suely Vilela e seu capachismo com os governadores tucanos.
Desde então, o reitor posterior, João Grandino Rodas, seguiu a mesma política e a PM se encontra nas dependências da USP até os dias atuais. Há até uma base da PM dentro do campus do Butantã para reprimir novas mobilizações.
Tudo isso se deve a atuação de Suely Vilela. Caso se confirme, Guilherme Boulos e o PSOL vão apoiar, de qualquer maneira, figuras da direita e extrema-direita paulista. Há uma grande possibilidade de apoiarem uma das principais figuras que atacaram o ensino público da USP, reprimiu duramente a mobilização e colocou a PM dentro da USP após décadas de fim da ditadura militar e que se encontra até hoje no campus.