Quase 90 mil mortes no Brasil nos próximos 30 dias, diz Nassif

Em matéria de ontem (30), publicada por Luiz Nassif, alguns cálculos foram por ele apresentados, onde ele, com base nas planilhas do Ministério da Saúde, ele procura passar a limpo as estatísticas sobre os números de infectados e mortos pelo coronavírus com uma projeção estimada para 30 dias de acúmulo das informações.

O critério que utilizou descartou as subnotificações, o que, por óbvio, faria com que o resultado encontrado fosse inferior ao da realidade. Mesmo assim já assusta. 

Com os dados colhidos, Nassif montou uma tabela comparando as cinco regiões brasileiras, e a incidência, em cada uma delas, do contágio e morte pelo vírus, e, então, calculou a variação diária, e somou a semana até achar na projeção do mês.

Ele observou que as projeções levam em conta a curva de crescimento dos últimos dias, 27, 28, e 29 simplesmente, sem nenhum cálculo estimado da progressão da curva, pois isso resultaria em um número maior.

No início da curva, os percentuais de crescimento são maiores, porque se parte de base baixa: de 1 para 2, por exemplo, são 100%, mas com o passar do tempo e o acúmulo dos casos se desenrola, os números têm uma desenvoltura menor com a regularização das incidências.

O que os números do Nassif chamam a atenção é para um crescimento diário muito grande quando projetados para 30 dias, senão vejamos na tabela apurada:

As notificações

Em percentual

Os óbitos

Segundo a atualização do site https://covid.saude.gov.br/, postada às 16:50hs de ontem (30), o total de infectados chega a 85.380 de Casos Confirmados, e 5.901 óbitos, de um percentual de letalidade de 6,9%, o que não afasta a projeção, que apresentou uma pequena margem de diferença.

Já passamos os 80 mil da China, onde sabemos que o sistema da saúde esteve muito melhor equipado, não faltou testes, equipamentos ou insumos, e o isolamento social foi rigorosamente aplicado pela população. O resultado disso foi que a letalidade lá ficou em 1,4% dos dos doentes em Wuhan, o epicentro da epidemia, de acordo com um estudo publicado ontem (30).

A Coreia do Sul, também se desponta como exemplo de sucesso envolvendo o combate ao coronavírus, tendo apresentado pouco mais de 9.600 casos confirmados, e uma taxa de letalidade de 0,9%.

O grande diferencial da Coréia foi a estratégia adotada. Além do isolamento social, foram feitos diagnósticos massivos para a doença, obtidos por meio de uma política de testar o maior número possível de pessoas. Também as empresas locais se dedicaram à produção dos kits necessários para o diagnóstico (atualmente cerca de 100.000 unidades são produzidas todos os dias), e uma semana após o início da epidemia milhares de pessoas estavam se submetendo ao exame diariamente.

Além disso, a polícia e os serviços médicos voltaram boa parte de suas forças para fazer um trabalho de detetive na identificação e rastreio dos indivíduos com quem os primeiros contaminados tiveram contato. Com isso, foram testadas centenas de pessoas que possivelmente estavam infectadas e foram posteriormente tratadas e colocadas em quarentena. 

Por aí já se vê que a política no Brasil não é séria. Pelo contrário. Com a letalidade já alcançando 7% em 3 meses, numa progressão simples, no final do mês de maio possivelmente atingiremos os 10% de letalidade.

No início de abril, o Brasil já ocupava a 8ª maior taxa de letalidade do mundo, quando verificado o número de pessoas contaminadas por coronavírus e aquelas que vieram a óbito. Naquele momento, o índice no Brasil estava em 4,2%, enquanto nos Estados Unidos, que já  têm mais de 300 mil casos confirmados e 8.141 mortes, a taxa de letalidade era de 2,7%.

No fim deste mês, provavelmente estaremos como a Itália, e que é o país com maior índice de letalidade: 12,3%, ou seja, de cada 100 pessoas contaminadas, 12 morreram. No Reino Unido, a letalidade é de 10,3%.

Mas, o pior é saber que não temos o mesmo preparo e a mesma atenção dos governos desses países, o que torna a nossa situação bem pior, e com um crescimento acelerado como está, logo passaremos aos 300 mil casos dos EUA.

Esta política do fascista Bolsonaro, e que se concentra no desenvolvimento econômico, preocupado de como vai ter que pagar os banqueiros e a dívida pública do Brasil, quer considerar que a perda de um percentual da população, certamente justifica o pequeno esforço, até para diminuição da população miserável do Brasil, e também dos desempregados.

Assim Bolsonaro resolve os dois problemas com um verdadeiro genocídio da população, deixada a sua própria sorte.