Em um evento em apoio ao ex-presidente Lula, no último sábado (05), em Salvador, o ex-governador da Bahia e dirigente do PT, Jaques Wagner afirmou não ter, nem ele, nem o partido, um “plano B” e revelou parte de sua conversa com o ex-presidente durante uma visita na sexta-feira (04). A afirmação de Wagner veio após ele mesmo e outros dirigentes do PT terem insinuado que poderia haver uma plano B, ou seja, de o PT lançar ou apoiar outro candidato que não Lula.
Esse episódio envolvendo Wagner revelou mais claramente que há uma assédio de setores da esquerda pequeno burguesa, da burguesia e de setores próprios PT, que querem “virar a página do golpe”, deixar de lado a luta contra o golpe, abandonar o ex-presidente e apoiar outro candidato para as eleições. Isso para, supostamente, que o chamado campo “progressista” – que inclui elementos reacionários como Ciro Gomes e Joaquim Barbosa – possa chegar ao Palácio do Planalto.
Logicamente, que é uma artimanha dos golpistas para impor mais uma dura derrota ao PT, a esquerda, ao movimento de luta contra o golpe e a toda população brasileira.
Todos os candidatos abutres, que buscam tirar proveito de um possível retrocesso eleitoral do PT com a cassação da candidatura de Lula, como Ciro, Boulos, Manuela etc., no entanto, dependem desta política, caso contrário suas candidaturas e personalidades caem no mais vazio ostracismo. O setores majoritário da direção do PT, o próprio Lula, porém não caíram no conto da carochinha e são contra tal manobra absurda, e nem poderiam já que a base do partido e um amplo setor da população não aceitará de maneira alguma a retirada de Lula da eleição, o que desagrada profundamente os candidatos abutres.
Após visitar Lula, pressionado por essa política, o ex-governador relatou a seguinte ocnversa:
“O ex-presidente Lula me perguntou: ‘E aí, Galego, como está aí?’. Respondi: “Tem algumas pessoas, principalmente da classe política, que ficam preocupadas’. Ele perguntou de novo: ‘preocupadas com o quê?’ Eu disse: todo mundo querendo saber se o senhor vai ser candidato’. Aí Lula disse: ‘E se não der, o que é que vai fazer?’ Dei a minha opinião: ‘Não tenho plano nem A, nem B, nem C, só tenho plano L’. Aí ele pediu pra avisar: Diga a eles que na alça do meu caixão tem mais votos do povo do que qualquer um deles”.
O aviso de Lula é bem verdadeiro e claro para todos os abutres que não tem política, nem votos e nem apoio popular. Sendo na a única unidade possível de ser feita para lutar contra o golpe e sob a palavra de liberdade para Lula e em defesa da possibilidade de sua candidatura.
Instrumento de divulgação da política pró-entendimento com os abutres dias atrás, o dirigente petista baiano foi – desta feita – porta voz da mensagem de Lula que aponta, justamente no sentido oposto. Os que querem herdar o apoio eleitoral de Lula, se passando em alguns momentos por seus aliados, não tem apoio popular e – de forma alguma – representam uma alternativa eleitoral e política dos trabalhadores contra o golpe de Estado e na defesa das reivindicações dos trabalhadores e de todos os explorados.