Os Comitês de Luta surgiram durante a luta dos ativistas contra o impeachment fraudulento da ex-presidenta Dilma Rousseff, uma vez que as principais organizações da classe operária brasileira se encontravam completamente paralisadas. Nesse sentido, os comitês de luta se mostraram como uma alternativa para aqueles setores da população que queriam travar uma luta concreta contra o golpe de Estado. É um instrumento de luta do povo, uma organização suprapartidária para lutar contra todos os ataques que a direita golpista e os fascistas realizam contra a população.
Neste ano passaremos por uma importantíssima etapa desta luta, as eleições presidenciais brasileiras em que está colocada a disputa entre a extrema-direita (Bolsonaro) de um lado e a esquerda (Lula) de outro.
A situação do país é catastrófica, o Brasil passou dos 620 mil mortos pelo coronavírus, o número de pessoas sem vínculo empregatício já ultrapassa os 50% da população, ou seja, temos mais pessoas desempregadas do que empregadas, a inflação oficial é superior aos 10%. Estamos indo para o sexto ano de governos frutos de um golpe de Estado e até o presente momento a burguesia não conseguiu consolidar a implementação do golpe por completo e por consequência de sua política de ataque às condições de vida dos trabalhadores, embora a situação seja muito ruim, se dependesse somente das intenções dos golpistas estaria muito pior.
Por isso, para que possamos derrotar a direita golpista é preciso que a candidatura do ex-presidente Lula se apoie nas massas e na mobilização dos trabalhadores, é preciso que este ano seja um ano de muita mobilização que neste sentido os operários promovam assembleias, paralisações e greves como na década de 1980, que os trabalhadores do campo ocupem terras como no governo FHC, que as organizações de luta por moradia impulsionem milhares de ocupações contra os despejos em massa que a burguesia pretende para este ano, que as organização operárias e populares promovam congressos, conferências e plenárias para discutir um plano de luta e reivindicações por um governo dos trabalhadores.
Neste sentido, deve ser a prioridade deste ano a formação de comitês Lula Presidente em cada categoria, fábrica e setor, nos assentamentos, nas cidades, bairros, favelas e ruas, nas aldeias, formar comitês de mulheres, negros, lgbt’s, nas escolas, universidades, cursos e salas de aula, bem como os setores de classe média que se empobrecem cada vez mais com a crise. Enfim, em cada lugar onde tenha um grupo de pessoas interessadas em agir para colocar abaixo o golpe de estado no Brasil, formar comitês Lula Presidente. A luta deve ser concreta, diária e nas ruas. É preciso formar um amplo movimento de massas que se dirija a derrubar toda a estrutura do golpe de 2016 e a abrir o caminho para um governo de todos os explorados e oprimidos por meio da candidatura do ex-presidente Lula.
Os comitês devem ser organismos voltados para a ação. A discussão política no comitê deve existir com o intuito de orientar a ação. O comitê deve dedicar a maior parte do tempo para organizar ações práticas, tais como colagem de cartazes, panfletagem, mobilização para participação em atos, ocupações de terra, prédios, convocação de assembléias, plenárias, conferências, piquetes em portas de fábricas, no correios no bancos públicos, enfim as possibilidades de atividades são inúmeras e todas devem ser vistas com muita importância para a formação de novos comitês e o recrutamento de companheiros para os comitês já existentes.
O comitê deve ser amplo e agrupar toda e qualquer pessoa interessada na luta contra o golpe, por Lula Presidente e as reivindicações populares básicas e imediatas da população. Todos aqueles que se identificam com essas reivindicações podem participar dos comitês. O comitê trabalha para ir de fato em busca de tais pessoas. É preciso ter em mente que o que une o comitê é a luta, a ação. As pessoas entram nos comitês para agir contra a direita.
Os Comitês de Luta chamam a todos os trabalhadores e todos os que se identificam com a luta dos explorados a se juntar a esse movimento. Já são dezenas de comitês formados por todo o território nacional, de Norte a Sul do País, nos bairros pobres, nas fábricas, nas universidades, no campo e na cidade. Somos organizações suprapartidárias que abrigam ativistas independentes, jovens, trabalhadores, artistas e militantes para a luta prática, de rua, no dia a dia, contra a direita e o fascismo.
Formar milhares de Comitês Lula Presidente para colocar a campanha nas ruas, ir ao encontro do povo e apontar que tem uma saída para derrotar a política golpista, e que esta saída está na organização das massas.
