Na capital paulista, dezenas de milhares foram às ruas pedindo a derrubada de Jair Bolsonaro. Estavam presentes todos os partidos da esquerda, além de centrais sindicais como a CUT.
A manifestação ocupou a Avenida Paulista desde a FIESP até o Conjunto Nacional, contando com cerca de uma dezena de carros de som.
A maioria das palavras de ordem pedia, além da saída do presidente, vacina e auxílio.
Também era massiva a campanha em favor do ex-presidente Lula. A manifestação foi bruscamente dispersada pela repressão policial, quando esta passava ainda pela Rua da Consolação
Bloco do PCO impressionou
O destaque foi para o bloco do PCO, que reuniu centenas de ativistas. Além da grande faixa e do balão com o nome do partido, os coletivos de mulheres e de juventude marcaram presença. O PCO também apareceu apoiando os cubanos e denunciando o embargo.
A bateria Zumbi dos Palmares deu o ritmo à manifestação e diversos ativistas puderam falar no carro de som levado pelo partido, que ainda distribuiu dezenas de milhares de materiais, como adesivos, cartazes, coletes, bandeiras vermelhas e panfletos, todos pedindo a saída do presidente ilegítimo e pedindo auxílio e vacina, além das 35 horas semanais para acabar com o desemprego.
Neste ato, o PCO compôs o bloco vermelho junto com a Central Única dos Trabalhadores, uma unidade importante, que deve contribuir para o desenvolvimento das manifestações no sentido da esquerda e da continuidade da luta até a derrubada de Bolsonaro.
Direita intensifica manobra para tomar atos
A direita procurou comparecer mais organizada e em maior número, apesar da falta de ativistas. O chamado “bloco democrático”, que englobava PSDB, PDT, Cidadania, Solidariedade, Força Sindical, e diversos outros grupos da direita, além de contar com o apoio do PCdoB e outros, foi uma tentativa de infiltrar a direita nos atos.
A imprensa golpista não poderia perder a oportunidade e aproveitou para divulgar a presença de bandeiras do Brasil carregadas pelos poucos contratados da direita, além de uma grande faixa verde e amarela, que tinha à frente bandeiras das entidades estudantis UNE, UMES, UPES, dirigidas pelo próprio PCdoB.
Ou seja, a esquerda deu apoio ativo à manobra e a imprensa golpista falsificou os atos em São Paulo, dando a entender que era massiva a presença do verde e amarelo.
Esquerda com cor de tucano
Outra parte da esquerda, no entanto, apesar de não ter prestado apoio aberto à manobra, compareceu com faixas azuis e amarelas, cores dos tucanos, como o Juntos (MES/PSOL) e a Conlutas, este último a pretexto da luta contra a privatização dos Correios.
Mas estas foram exceções, tendo sido o vermelho claramente predominante, assim como ocorreu em todas as demais cidades do País.
Além dos partidos de esquerda, compareceram também o MST, o MTST, MSTC, Uneafro, estudantes da FFLCH (USP), da UFABC, diversas torcidas antifascistas e também anarquistas.
Repressão policial
Ainda na Rua da Consolação, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneos contra os manifestantes, dispersando o ato antes que este chegasse ao seu destino.