Em Julho de 2018 foi realizada a 1ª Conferência Aberta de Luta Contra o Golpe. A principal resolução aprovada por unanimidade pelos cerca de mil delegados presentes foi o apoio à candidatura de Lula à presidência da República e a campanha pela sua liberdade. Palavras de ordem como “É Lula ou nada” e “Eleição sem Lula é fraude” encontraram eco pelos quatro cantos do país e se propagaram como um rastilho de pólvora.
O período que se seguiu entre a Conferência e a desistência da direção do PT em seguir em frente com a candidatura Lula, dois meses depois, submetendo-se, assim, às imposições do TSE, foram marcados por uma tendência à mobilização das massas em torno de Lula, sendo o ato de registro da sua candidatura em agosto o ponto alto dessa mobilização e não temos dúvidas ao afirmar que se a política da direção do PT tivesse sido consequente, a situação política do país seria outra, inclusive com a possibilidade real da derrota do golpe ou, no mínimo, em uma situação de sua maior decomposição e não relativamente fortalecido com a vitória nas eleições fraudadas.
É sempre importante resgatar momentos da luta contra o golpe, particularmente em situações que buscam apontar um suposto apoio popular ao presidente ilegítimo. Bolsonaro é o presidente bufão, produto da fraude. Quem acompanha minimamente a política brasileira deve lembrar-se do desespero da imprensa venal rastejando aos pés do PT para que substituísse Lula ou ainda as espetadas de baionetas dadas pelos militares nas ancas gordas dos ministros do TSE e do STF, para que vetassem sua candidatura.
O fato é que com esses expedientes, a burguesia se impôs e saiu vitoriosa. Lula era o candidato do povo. No momento da sua proscrição detinha mais de 40% das intenções de votos, era e é a maior expressão política da luta contra o golpe. Com a aceitação passiva do seu impedimento, os golpistas passaram à ofensiva. Tentaram em um primeiro momento impor o seu candidato, mas diante da crise profunda do regime golpista tiveram que se contentar com o “espantalho” e a sua trupe de coxinhas fascistas.
Bolsonaro foi imposto pela burguesia e pelo imperialismo para dar continuidade e aprofundar o golpe. Vai atacar brutalmente os trabalhadores, vai privatizar as empresas públicas, entregar o patrimônio nacional ao imperialismo e destruir todos os direitos trabalhistas e democráticos que sobraram.
As eleições fraudulentas mostraram que não adianta a esquerda acreditar nas instituições, pois elas estão totalmente controladas pela direita. O judiciário é de direita, o legislativo nacional e regionais são de direita, a imprensa é de direita, quase todos os executivos estaduais estão nas mãos da direita e da extrema-direita, o exército é da extrema-direita. A única força que a esquerda tem é o povo. E o povo, as massas populares, são a força mais importante e vigorosa, sua organização é a única forma de derrotar a direita, Bolsonaro e todos os golpistas.
É diante dessa situação que a 2ª Conferência Nacional Contra o Golpe e o Fascismo adquire uma relevância fundamental. A esquerda e as organizações populares não podem curvar-se diante dos objetivos dos golpistas e uma condição essencial para isso é ter um programa e um plano de lutas que organizem os trabalhadores para os embates que virão.
Questões como a luta contra o fascismo e os comitês de autodefesa, a luta pela liberdade de Lula e a luta para derrotar o golpe são os eixos fundamentais que serão debatidos nesses dois dias.
O Partido da Causa Operária faz um chamado para que todas as organizações populares que se colocam no campo da luta contra o golpe se engajem na construção dessa 2ª Conferência.
As inscrições podem ser feitas tanto por organizações, comitês, associações, como por militantes avulsos.
O fundamental é que todos nos unamos no próximo período para derrotar o golpe, e a Conferência é o primeiro passo para isso.