Contrariando toda base combativa de esquerda nacional e do PT, a ala direita do partido, aparece com vários argumentos esdrúxulos, para tentar justificar a chapa que nasceu de uma fofoca feita pela burguesia, mais especificamente pela Folha de S. Paulo, e que tem tomado corpo nas últimas semanas, Lula e Alckmin. A aliança com o direitista, apresentada como uma estratégia, “pragmatismo” pelos políticos carreiristas das legendas de esquerda brasileira, é na realidade, uma política suicida e antipopular.
A ala direita do PT, busca se utilizar de argumentos ligados a um suposto “pragmatismo”, que estaria optando por Alckmin devido a seu nome de influência na burguesia brasileira. É preciso deixar claro que isso não tem base nenhuma na realidade. O ex-tucano não tem influência alguma na burguesia e não passa de um cadáver político. Que inclusive por falta de espaço dentro do PSDB, impopular como sempre, não cabia mais dentro da legenda golpista, e meio que foi expurgado do partido, enquanto Doria toma conta da máquina tucana em São Paulo.
Atualmente, esse cidadão, que querem empurrar goela abaixo da militância esquerdista como vice de Lula, não tem nenhum controle sobre a máquina estatal, não rende votos, é uma figura completamente esquecida, visto seus menos de 5% de votos na última eleição presidencial. Assim, Alckmin não tem mais poder de articulação como anunciam, sendo na realidade um político abandonado pela burguesia brasileira. A candidatura de Lula é uma expressão da luta da imensa maioria do povo brasileiro contra o regime de fome e miséria que a direita impôs ao País. Direita essa, da qual Alckmin faz parte e vai continuar sendo.
Além do mais é preciso deixar claro que essas “analises eleitorais” essa política “realista” dos setores direitistas do PT, são analises superficiais, abstratas e de realidade não tem nada. Existe uma diferença muito grande em se tentar projetar um cenário político para o próximo ano eleitoral, baseando-se apenas na política nacional e não levando em consideração toda a situação da política internacional. O imperialismo, não está disposto minimamente, em deixar que governos populares subam ao poder na América Latina. E o Alckmin é a figura que não tem valor algum para essa burguesia, não é garantia de nada. Muito pelo contrário, é o vampiro que ficará atrás da porta do palácio (caso Lula seja eleito) para golpeá-lo nas costas.
Alckmin é um cavalo de Tróia, dentro de um governo popular que vai contra o regime golpista que o próprio ex-psdebista ajudou a implantar no país, e que levou o governo fraudulento de Bolsonaro ao poder em 2018. Para piorar a questão, essa vice candidatura é como uma bomba dentro da base mais combativa da esquerda nacional, isso pode gerar um desconforto muito grande e até dividir a militância, o que para a burguesia seria ótimo, pois um governo sem base organizada e mobilizada, a facilidade para ser derrubado é muito maior. Um governo fraco, sem a força da população é simples de trocar, sem que o país pegue fogo.
Veja que o cargo de vice presidente já é uma coisa antidemocrática. Porque o titular deve ter um vice presidente? O vice governador, vice prefeito, e etc. serve apenas para conspirar contra o titular do cargo. Se o cargo precisar ficar vago, assume o presidente de alguma instituição (Congresso, STF) enfim, esse não é problema. No Brasil os exemplos de conspirações de vices contra titulares ao longo da história são vários e variados. Os dois últimos são exemplos bem concretos, Temer que derrubou a Dilma e o Mourão que é uma espécie de controle do Bolsonaro e que pode dar a rasteira no governo ilegítimo, fruto de uma fraude, a qualquer minuto.
Por fim, para se fazer uma aliança, essa deve ser do interesse de uma ampla base popular, do interesse das classes mais oprimidas e esmagadas pelo capitalismo. É preciso alguém que fique ao lado dos trabalhadores, dos movimentos sociais de luta pela terra e moradia, uma pessoa disposta a estar nas ruas, nas lutas e defender com unhas e dentes um governo à esquerda, que mobiliza que chama o povo a se organizar para lutar. Não existe motivo nenhum sério para o Lula se coloque ao lado de Alckmin em uma chapa para a presidência. Já para a burguesia é uma carta importante na manga para uma derrota ao Lula e ao próprio PT.