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Roubo duplo

O golpe do FGTS na privatização da Eletrobras

Além de entregar a preço de banana a maior geradora de energia da América Latina, ameaçando deixar o País às escuras, burguesia golpista que usar poupança dos trabalhadores

O governo Bolsonaro , por meio da direção entreguista da Eletrobras, registrou no último dia 27 (sexta-feira), na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sua oferta de ações. Trata-se de mais uma passo no sentido de encaminhar a privatização de uma empresa estratégica, cuja entrega para o capital privado, principalmente estrangeiro, poderá acarretar graves prejuízos para a economia nacional.

As ações que o governo pretende “ofertar” são ordinárias, ou seja, com direito a voto, o que resultará na privatização da companhia, com o Estado brasileiro perdendo o controle acionário sobre a mesma. Ao mesmo tempo, a máfia que comanda a empresa também pediu a venda de papéis do tipo ADS negociados em Nova York à Securities and Exchange Comission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos EUA).

Entrega

Como o preço estabelecido para a oferta tem como referência o valor das ações da Eletrobras no fechamento do mercado do último dia 26, de R$ 44, as estimativas dos especuladores do mercado é que a “venda” possa alcançar um total de R$ 35,3 bilhões. Desse total uma parte iria para o caixa da empresa (ficando sobre o controle dos seus novos donos) e outra para o “cofre” Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acionista vendedor que, atualmente, detém as ações da Eletrobras.

Esse total corresponderia a cerca de 27% das ações da empresa, do seu suposto valor de mercado que, se correto, equivaleria a pouco mais de R$120 bilhões, mas garantiria aos seus detentores o controle acionário da empresa.

Segundo a Associação de Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel) e a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), o valor de mercado da Eletrobras é no mínimo R$ 400 bilhões; claro, sem considerar o valor estratégico da Companhia, ligado à própria segurança nacional, que é o controle de reservas de água, que vale mais do que ouro. 

Isso significa que se o valor estipulado for mantido (e ele pode cair), os tubarões capitalistas poderiam se apoderar da empresa por um valor, pelo menos, 15 vezes menor do que o seu valor de mercado, apontado por muitos como subestimado.

Tais preços evidenciam que se trata de outra doação do patrimônio dos brasileiros ao capital estrangeiro imperialista. Um verdadeiro crime de lesa-pátria contra o povo e os trabalhadores brasileiros.

FGTS

Além do roubo da entrega desse gigantesco patrimônio, construído com a exploração de centenas de milhares de trabalhadores que trabalharam e trabalham na Eletrobras e de todo o povo brasileiro que paga suas tarifas de energia e sustentou com tais recursos e com bilhões em impostos a construção de toda a infraestrutra energética do País; tal operação vai resultar, é claro, em um novo e maior roubo que será o aumento das tarifas de energia – como ocorreu com todos os serviços privatizados – como já vem sendo anunciado pelo “mercado”.

Mais há ainda um outro e gigantesco roubo da classe trabalhadora. Para ajudar os “pobres monopólios” capitalistas a comparem a empresa, o governo anunciou que uma parcela dos recursos – até R$6 bilhões – será subtraída do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Essa proposta foi também encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na última sexta. Pela proposta, trabalhadores que detenham recursos no FGTS poderão, de 3 a 9 de junho, caso queiram utilizar até R$5mil para “investir” nas ações da empresa.

A manobra visa se apoderar de recursos dos trabalhadores, por meio da campanha de que milhares ou até milhões de pessoas, também irão lucrar com a privatização da Eletrobras, com que se quer ganhar o apoio de setores da classe média e diminuir as resistências contra a privatização, como ja foi feito no caso dos processos de privatização da Vale, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e da própria Petrobrás, que hoje tem mais de 70% das suas ações, nas mãos de especuladores.

A manobra busca mascarar esse que é o maior roubo das últimas décadas e que só tem paralelos nas privatizações realizadas pelo famigerado governo FHC, como no caso da Vale do Rio Doce, “vendida” por um milésimo do valor das suas reservas minerais, à época estimadas em mais de U$3 trilhões.

Fica Bolsonaro?

Isso esclarece o caráter profundamente entreguista do “governo militar” de Bolsonaro e explica por que um setor crescente da burguesia, inclusive internacional, está flertando cada vez mais com a possibilidade de apoiar sua reeleição, diante da crise da chamada terceira via, para derrotar Lula e o povo brasileiro e levar adiante a entrega da economia nacional para os tubarões capitalistas, em razão do que foi dado o golpe de Estado de 2016.

Vale lembrar que o faturamento anual da Eletrobras é cerca de R$ 50 bilhões Cerca de 40% mais do que o valor que o governo espera receber pela sua “privatização”.

Se levarmos em conta que o lucro líquido dos últimos quatro anos foi de R$37,7 bilhões, fica claro por que está crescendo o “amor” da burguesia golpista pelo governo lesa-pátria.

É preciso mobilizar

Para barrar a privatização da Eletrobras, bem como de outras empresas como os Correios, Caixa etc., além dos gigantesco prejuízos que ela trará a todo o povo brasileiro, é necessária uma enorme mobilização, com os sindicatos e centrais sindicais organizando os trabalhadores e todo o povo, em um gigantesco movimento nas ruas.

Esperar que o judiciário ou o Congresso Nacional golpistas barre esse roubo é pura ilusão, que nunca produziu nenhum resultado efetivo e serviu apenas para desarmar uma luta real contra a entrega das empresas.

O único caminho é ir às ruas contra toda essa entrega do Brasil ao capital estrangeiro imperialista.

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