O verde-amarelo se tornou símbolo do bolsonarismo a partir dos atos da direita durante o golpe de Estado de 2016. Desde então, a camisa da seleção brasileira e a bandeira do Brasil se tornaram o símbolo do suposto patriotismo fascista. “O meu partido é o Brasil”, uma frase emblemática dos bolsonaristas, explicava o motivo das cores. A política fascista, portanto, se esconde atrás dos símbolos nacionais para forjar um caráter popular que está muito longe de ser verdadeiro.
A verdade é que os fascistas não podem usar as suas próprias bandeiras pois são extremamente impopulares. A sua “reivindicação” fundamental é o extermínio da democracia operária. Essa política se justifica pelos objetivos econômicos, quer dizer, o de salvar a burguesia da crise terminal através de intensos ataques contra os direitos dos trabalhadores, cortes de salários e benefícios, retrocessos nas políticas contra as mulheres e a juventude, etc.
Nesse sentido se justifica, portanto, o caráter demagógico da extrema-direita. Historicamente, as pautas do orgulho nacional e a perseguição a minorias endinheiradas, justificava em um grande momento de crise e desmoralização da esquerda, a intensa política de ataques a ser exposta no momento posterior.
O mais engraçado, nesse sentido, é o uso de símbolos nacionalistas como elemento de demagogia fascista em um país atrasado como o Brasil. Quer dizer, local no qual a política fascista se sustenta especificamente no domínio imperialista sobre o país. Domínio esse que irá promover o saque das riquezas e da soberania nacional conforme se impõe o regime golpista. Essa é a realidade brasileira.
Diferente dos fascistas, a esquerda tem uma política verdadeiramente popular. A esquerda, portanto, deve ter bandeiras próprias que defendam os seus próprios interesses. Que representam-na como um setor de luta pelos direitos do povo, contra o imperialismo e contra a direita. Nesse sentido, os símbolos da esquerda devem ser opostos àqueles utilizados pela direita. O uso das cores verde-amarelo por parte da esquerda, portanto, é uma iniciativa que, não só prejudica a identificação da luta da esquerda, mas facilita a infiltração da extrema-direita nas manifestações da esquerda.