As grandes mobilizações da classe operária e do povo que derrotaram o regime militar foram conduzidas, em certo sentido, para uma Constituição reacionária no tocante ao que fazer com os vermes assassinos e torturadores: deu anistia para eles. Os militares foram instrumento do imperialismo para garantir a farsa que foi a eleição de 2018, mantendo preso o candidato do povo e colocando em seu lugar o cachorro louco do Bolsonaro.
Agora, vem o artigo “Governos do PT contribuíram para ascensão política das Forças Armadas, aponta estudo”, do portal imperialista BBC News Brasil, dar a entender que é o PT o responsável por ter seu candidato preso em 2018 e também por os militares de alto escalão estarem no governo do fascista Jair Bolsonaro. Eles tiram essa teoria a partir do malabarismo com estatísticas feito pelos acadêmicos Juliano da Silva Cortinhas e Marina Gisela Vitelli no artigo “Limitações das reformas para o controle civil sobre as forças armadas nos governos do PT (2003-2016)”. Esse texto é uma pesquisa publicada no segundo semestre de 2020 e requentada pela direita tradicional (cão dileto do imperialismo no Brasil), a qual está apavorada com a mobilização da PM assassina para segurar bandeira no 7 de setembro de Bolsonaro.
Na entrevista que deram para o órgão inimigo do povo, os pesquisadores fizeram malabarismo com números para atacar politicamente o PT. Em seus quatorze anos no poder, o Ministério da Defesa passou a ter muito quadros militares nos níveis de alto e médio escalão em detrimento dos quadros civis. Esse “investimento” nos militares por parte do PT teria resultado num aparato de militares no governo que se sentem à vontade para agir politicamente em comparação com o comportamento que deveriam ter em uma democracia. Deve-se lembrar que os autores têm em vista essa democracia bem fraquinha, composta de voto e “direitos humanos, que o imperialismo utiliza para dar golpes em países capitalistas atrasados – olha o Brasil, aí.
Quem mobiliza os militares para a ditadura fascista aqui no Brasil é a extrema-direita. E quem colocou Bolsonaro no poder foi direita tradicional, particularmente o PSDB. São mais de cinquenta ônibus fretados de PMs programados para descarregarem o lixo na Avenida Paulista no 7 de setembro e autorizados pelo candidato preferido da Frente Ampla, da terceira via, João Doria, do PSDB.
E quem tem a corda no pescoço com esse avanço da extrema-direita é a esquerda e não o PSDB, que, no final, vai apoiar Bolsonaro. E os alvos principais, na esquerda, são Lula e o PCO, partido que defende sua candidatura como arma contra a burguesia e o imperialismo e que denuncia a Frente Ampla.