Em entrevista ao Brasil de Fato, o pesquisador argentino Héctor Luís Saint-Pierre disse que as forças armadas no Brasil servem aos interesses dos Estados Unidos, e não aos interesses nacionais. Para ele, isso fica provado com a maneira como os militares agem em favor da entrega de riquezas brasileiras aos norte-americanos.
O Pesquisador, que é coordenador executivo do Instituto de Políticas Públicas e Relações internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), alega também que os militares brasileiros agem muito mais a serviço da corporação militar, do que em nome do patriotismo que juram defender, dizendo a todo momento que defendem a pátria, sem nunca deixar claro realmente que pátria é essa. Alguns militares, inclusive, sentem mais confiança e respeito à militares estrangeiros do que nos próprios civis brasileiros.
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Naturalmente, devido ao tamanho de uma organização como as Forças Armadas, há, em seu interior, posições divergentes sobre a questão nacionalista. As baixas patentes, sobretudo por virem de camadas mais desfavorecidas da sociedade, tendem a ter uma sensibilidade maior para as reivindicações do movimento popular. Contudo, a cúpula das Forças Armadas, isto é, os generais e as altas patentes é toda ela devidamente selecionada, chantageada e corrompida pelo imperialismo, de modo a garantir que o controle do Exército esteja nas mãos dos interesses da direita.
O entrevistado diz também que o Brasil deixou de lado qualquer forma de soberania para representar os interesses do imperialismo, fazendo com que o país passasse de uma liderança política e econômica na América Latina nos anos petistas, para, no pós-golpe de 2016, servir de regulador dos interesses imperialistas em países da região, como é no caso da Venezuela.
Não é surpresa para ninguém que os militares não agem de acordo com os interesses da população brasileira. Além de reprimir a população, apostam todas as suas forças em defesa de uma agenda política e econômica que vai contra a classe trabalhadora brasileira, defendendo a reforma da previdência e a venda de empresas nacionais. Eles se utilizam de falácias como a de que são nacionalistas, quando promovem a maior destruição da história do próprio país em favor de países ricos. A postura dos militares é a mesma de Jair Bolsonaro, dizer que é nacionalista batendo continência para a bandeira dos EUA.
Somente o povo nas ruas lutando contra o governo atual e exigindo o Fora Bolsonaro e a Liberdade para Lula (que inclusive é a palavra de ordem que faz os militares pressionarem o judiciário para que não aconteça) é que resultará em algo verdadeiramente nacionalista.