O ex-juiz Sergio Moro está com sua filiação ao partido Podemos marcada para acontecer no dia 10 de novembro. A intenção de Moro é disputar a presidência da República nas eleições de 2022.
Animado com a possível candidatura de Moro, o procurador e ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, solicitou exoneração do Ministério Público Federal. Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (5). O objetivo de Deltan é concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Paraná . Para isso pretende se filiar ao mesmo partido político de Moro.
Sérgio Moro e Deltan Dallagnol atuaram em conjunto na Operação Lava Jato, supervisionados diretamente pelo imperialismo norte-americano. Cerca de 13 agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation – Polícia Federal americana) integraram a equipe. É de se destacar que a Operação foi responsável por ataques aos direitos democráticos da população e procurou reformular o regime político no sentido de torná-lo ainda mais antidemocrático. Além disso, setores fundamentais da economia nacional, como os setores de petróleo, gás e as indústrias de construção civil e naval, foram destruídos e abertos para o capital estrangeiro.
A perseguição política ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi obra da Operação Lava Jato, isto é, de Moro e Deltan Dallagnol. Lula passou mais de 580 dias encarcerado na Polícia Federal de Curitiba, vítima de uma condenação fraudulenta baseada em provas forjadas pelos seus inquisidores. A chegada de Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) à presidência da República, como consequência da fraude eleitoral de 2018, foi consequência direta da Lava Jato. Conforme o próprio Bolsonaro declarou publicamente, ele jamais teria chegado ao poder sem a atuação de Moro.
A Operação Lava Jato foi extinta oficialmente e seus membros foram integrados a outros setores do aparato de repressão estatal. No passado recente, Moro e Dallagnol procuravam se apresentar como “profissionais”, neutros com decisões jurídicas técnicas e sem qualquer tipo de orientação político-partidária. Este era o tom da propaganda da Operação.
A ida de Moro para o governo Jair Bolsonaro contribuiu para revelar a farsa do “apartidarismo” da Lava Jato. Durante mais de um ano, Moro ocupou o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública. Dallagnol, por sua vez, tinha as mesmas ambições políticas de Sérgio Moro.
Os dois eram políticos à serviço do imperialismo, porém travestidos de juízes. Procuravam ocultar sua atuação marcadamente política com uma cobertura jurídica. Claro que contavam com a cumplicidade dos partidos burgueses (MDB, DEM, PSDB, SD, Republicanos, Progressistas), das instituições públicas (MPF, STF, Congresso, Forças Armadas) e o estímulo por parte da imprensa golpista (Globo, Folha, Estadão).
Os picaretas assumiram sua verdadeira identidade e vão disputar as eleições pelo Podemos. São elementos direitistas que procuram um lugar ao sol no sistema político burguês. Merece destaque o dano que Moro e Dallagnol causaram ao país. Estima-se que a Lava Jato seja responsável por aproximadamente 2 milhões de desempregados. A fraude eleitoral e a distorção da soberania popular, com a prisão política de Lula, primeiro colocado nas pesquisas na época, foi organizada pela Operação. Depois de passar anos atacando a política, Moro e Dallagnol se assumem oficialmente como políticos.