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Cavalo de Tróia

Inimigas do PT, Veja e Folha querem que Lula aceite Alckmin

Objetivo é sabotar a candidatura Lula e isso fica cada vez mais claro com as pressões exercidas pela imprensa que derrubou o PT do governo e prendeu o ex-presidente.

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Diz um ditado popular que o medo é mau conselheiro, destacando a interferência desta resposta fisiológica na avaliação do quadro real a ser enfrentado. O que dizer então se o conselheiro da vez não se trata de um fator psicológico ou fisiológico daquele que se depara com um problema, mas do seu próprio antagonista concreto na questão? É exatamente o caso dos conselhos da Folha de São Paulo e da Veja ao PT, o principal alvo das campanhas sórdidas de ambos os veículos da imprensa burguesa.

Os conselhos da Veja

No dia 18 de janeiro, a Veja dedicou uma matéria a criticar um abaixo-assinado contra a indicação de Alckmin para vice de Lula. O documento foi impulsionado pelo diretório petista do Butantã, bairro da zona oeste da capital paulista. Uma iniciativa de militantes do partido que vai ao encontro do que pensa a absoluta maioria da base petista, que no estado de São Paulo sofreu por décadas a violência dos governos do PSDB.

A insuspeita Veja afirma que o protesto da militância se trata de “um erro de estratégia que o partido deveria conserta o quanto antes”, pois “a presença de Alckmin como vice traz uma série de benefícios que deveriam ser considerados pelos petistas”. Um veículo que participou ativamente das estratégias da burguesia para interferir durante os processos eleitorais com denúncias bombásticas e carentes de provas contra o PT e seus candidatos de repente teria optado por ajudar seu inimigo. Acontece todo dia, não é?

Um “benefício” da chapa com o tucano: “Alckmin é um nome que tranquiliza o mercado financeiro num momento em que a economia brasileira ainda patina tentando se recuperar dos impactos da pandemia e os (sic) erros do governo Bolsonaro”. Sobre a “tranquilização” do mercado, vale sempre lembrar da tranquilidade que foi para os abutres do capital financeiro ter um vagabundo como Temer na chapa petista de 2014, disso a militância petista não se esquece. Sobre os erros do governo que a própria Veja trabalhou para eleger, com certeza a revista não contabiliza os diversos ataques aos direitos trabalhistas e ao patrimônio público do país, pois apoia tudo o que há de pior contra o povo.

Para “ajudar” o PT, a Veja propõe um deslocamento à direita sob o disfarce canalha de “centro”, nem lá nem cá. Algo que não faz sentido nenhum para os setores mais ativos da militância petista, que enfrentaram o golpe e enfrentam agora seus desdobramentos nas ruas. Para fechar a defesa da capitulação do PT, a revista coloca:

“As pesquisas de hoje apontam um caminho, mas tudo pode mudar até outubro. Na disputa eleitoral polarizada que teremos, vai ser fundamental garantir o máximo de aliados que for possível”. Tirado do contexto da matéria, o trecho até poderia ser levado a sério. Realmente, muitas manobras serão operadas pela burguesia para impedir a eleição de Lula e a vantagem atual nas pesquisas não é garantia de absolutamente nada nesse jogo. Por fim, “garantir o máximo de aliados que for possível” também pode ser verdade, desde que estejamos falando de aliados reais e não meras alianças formais com inimigos políticos.

Os conselhos da Folha de SP

O título da matéria publicada na Folha de SP merece ser citada para começar: “PT que bate em Alckmin não quer pensar em reformas civilizadas”. O mote desse outro veículo golpista é o equilíbrio e a defesa de uma “democracia”, algo supostamente caro aos entusiastas da derrubada do governo Dilma: “Inventar coalizões que tentem preservar a democracia a partir de 2023 é o mínimo que se espera dos candidatos do universo da razão e da decência elementares.”

Mas que raio de “democracia” é essa que merece ser “preservada”? A democracia do STF, do centrão, do golpe de 2016, da prisão sem provas de Lula, das fraudes eleitorais? E agora, no desespero, a esquerda deve incluir Alckmin, Dória, Moro e quem mais no “universo da razão e da decência elementares”? É muita cara de pau da Folha de SP.

Engolida pelo crescimento da extrema-direita que ela mesma impulsionou, os setores mais tradicionais da direita do país fazem uso da demagógica defesa da tal “democracia” para fazer crer que a esquerda, em especial o PT, precisa da direita “não extrema”. Na verdade se trata exatamente do contrário, para se recompor politicamente essa direita golpista e inimiga mortal do povo brasileiro precisa se apoiar no respaldo popular da esquerda. E assim que possível, passar uma rasteira nos “aliados”.

A matéria atira pra vários lados, talvez para confundir mesmo o leitor. E insiste na questão da política petista para o crescimento econômico, o que na prática significa um veto ao programa econômico proposto por Guido Mantega, que apesar de moderadíssimo aponta no sentido de uma política em prol do desenvolvimento industrial nacional. Esses “aliados” petistas, como Alckmin, serviriam para ajudar a “pensar” uma reforma econômica mais “civilizada”. Em dialeto “direitês”, isso significa mais antipopulares, mais destrutivas para a economia nacional.

Nem todos mordem a isca

Essas peças de propaganda por parte dos porta-vozes da burguesia funcionam como munição para a ala direita do PT chantagear as bases do partido. Porém até entre dirigentes petistas, existe reação. É o caso de Rui Falcão, Genoíno e a presidente da APEOESP Bebel. Como já citado, a militância mais ativa do partido também não morde essa isca podre, pois acompanhou de perto a sabotagem dos “aliados” burgueses do PT.

Para fazer avançar de fato a luta pela candidatura de Lula à presidência, o partido tem que colocar um trabalhador na chapa, alguma liderança sindical ou dos grande movimentos populares ligados ao PT. Isso sim pode levar o partido à vitória eleitoral, o que necessariamente representará uma derrota para a burguesia internacional, que precisa espoliar violentamente o Brasil para aliviar para si os impactos da crise econômica mundial.

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