Nos tempos de Coronavírus, ninguém tinha dúvida de que a festa de 7 de setembro, e normalmente feita para comemoração da independência do Brasil, não se realizaria, ou, caso contrário, estaria esvaziada e não seguiria o protocolo de costume, dada as recomendações sobre aglomeração e o risco de contágio.
Como de fato, o que acontece é que tudo está sendo convenientemente substituído por uma “live”, aqui também não foi diferente. As personalidades mais notórias fizeram seu vídeo e encaminharam para a imprensa.
Foi particularmente importante, a manifestação política ,nesta data, quando avançamos na pandemia com mais 120 mil mortos, e uma política genocida realizada pelo clã golpista de Bolsonaro, a manifestação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não só por ter falado à nação com o coração aberto, se solidarizando com todos que vivenciaram uma perda com a pandemia, alguém que acabou morrendo vítima da covid19, deixando na saudade alguém que ficou, triste e sofrendo, pela privação da companhia de quem partiu, mas também por acenar com a possibilidade de que lutará pela candidatura em 2022, mesmo que continue caçado pela lei seu direito de se eleger a cargo público, o que representou para muita gente, um sopro de esperança em meio a tanto desalento, desde que fomos vítimas do golpe de 2016.
Não obstante isso, a verdade é que, independente do que quer que tenha dito, ou quisesse que tivesse sido ou representado a fala de Lula, seu pronunciamento é e sempre vai ser um fato digno de nota, não só por ser um ex-presidente do Brasil, mas, e principalmente isso, por se tratar de ser ele, hoje, a maior liderança política e nacional da esquerda no país.
Se por lado, o pronunciamento, qualquer que fosse, já garantia a notícia, por outro o não veicular dela colocaria para a imprensa que se calou, uma terrível falta de profissionalismo jornalístico, denunciando um flagrante controle de conteúdos, e uma clara manipulação sobre o espectador, cujo interesse pelos fatos e acontecimentos do cotidiano estão em primeiro lugar, e a sua omissão um despropósito que desclassifica qualquer jornal pela falta de seriedade e de compromisso com a divulgação dos fatos e notícias do dia, ou de qualquer momento do tempo, que tenha se destacado merecendo a informação.
E foi justamente isso que aconteceu com as Redes de TVs Abertas SBT, Bandeirante, Globo, esta principalmente, que, em um despropósito de seus jornais, o JN principalmente, o de maior prestígio e destaque, que, veiculado no horário nobre da televisão aberta, tem sido defendido pelo seu editor chefe, William Bonner, como o primeiro e o mais popular dentre todos, cumprindo a missão de passar em revista os acontecimentos do Brasil inteiro para todos os seus telespectadores, não deu uma nota sequer, e por menor que fosse, sobre o pronunciamento do ex presidente Lula.
Mas isso não nos surpreende. Essa tem sido uma exigência de setores da burguesia como a Rede Globo, a Folha de S.Paulo, e outros veículos de informação dela, que, no intuito de conquistar um espaço dentro do monopólio da informação, pretende defendê-lo sem nenhuma bandeira socialista, muito pelo contrário, fará propaganda contra se precisar, impedindo que seja massificada qualquer mensagem neste sentido, como está claro, é o caso do pronunciamento do ex-presidente Lula.
Além disso, é, também, uma tentativa de, como um direitista que é, com a omissão não contribui com a disseminação da imagem de Lula e a possibilidade de ganhar ainda mais popularidade, e, dessa forma, ajudar o PT a conquistar as próximas eleições.