O projeto de novo código eleitoral que se encontra para votação no Senado Federal traz no seu corpo um potencial fator de manipulação das eleições.
Trata-se da proibição da divulgação do resultado de pesquisas eleitorais na véspera da votação. Segundo o projeto, “os institutos deverão informar um percentual de acertos das pesquisas realizadas pela entidade ou empresa nas últimas cinco eleições. A divulgação dos resultados só poderá ocorrer até a antevéspera da disputa.”
O projeto foi aprovado com muita rapidez pela câmara dos deputados na expectativa de poder entrar em vigor ainda para as eleições deste ano.
Agora o mesmo tramita no Senado, onde a agilidade na apreciação do pedido não correu com a mesma rapidez, o que leva a crer que o novo código não poderá entrar em vigor nas eleições de 2022, devido ao princípio da anuidade, segundo o qual as regras eleitorais devem respeitar a antecedência de um ano antes de poderem entrar em vigor em alguma eleição.
Porém, os parlamentares já se manifestaram para dizer que a questão referente à censura às pesquisas de intenção de voto não deverá obedecer o princípio da anuidade pois segundo eles isso não se classifica como uma regra eleitoral….
O relator da proposta no senado Alexandre Silveira (PSD-MG) anunciou que a votação na casa deverá acontecer agora em junho, com indicação de votação direta no plenário sem ao menos precisar passar pela Comissão de Constituição e Justiça.
Dessa forma a população está a mercê de um verdadeiro apagão eleitoral.
Enquanto a burguesia, posto que controla os maiores institutos de pesquisa, poderá ter fácil acesso ao cenário real das movimentações finais dos eleitores, ao povo essa informação será negada.
Ainda que os institutos de pesquisa também sejam sem sombra de dúvida uma fonte de manipulação da burguesia sobre a população, com a nova regra em vigor a população será obrigada a ficar no escuro sem poder nem mesmo organizar um censo próprio e mais confiável.