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Nacionalismo neoliberal?

Ciro quer desenvolver o País filiando o ultra-entreguista Alckmin

Ciro nunca deixou de ser tucano, apresentá-lo como uma esquerda é uma tentativa de infiltrar o inimigo do povo dentro das nossas fileiras

presidential candidate geraldo alckmin of brazilian social democratic party (psdb) greets ciro gomes of the democratic labour party (pdt) before a television debate at the rede tv studio in osasco

Estamos há meros 11 meses das eleições de 2022 e, diferentemente dos anos anteriores, já faz praticamente um ano que estamos em campanha eleitoral velada. Ciro Gomes já até fez jingle de campanha. As eleições gerais terão uma marca muito interessante: a indefinição total de várias disputas importantes.

Destacamos aqui o caso da corrida para o Governo de SP. Todas as pesquisas dão como favorito o ex-residente do Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin. Alckmin já governou São Paulo por 12 anos, foi vice-governador por mais 6 anos. Se São Paulo é o tucanistão, Alckmin é o sheik que governa o território. O ex-governador ainda está no PSDB, mas está de saída. Após brigar com Doria e ter ficado sem espaço no partido, decidiu se desfiliar para entrar em outra agremiação.

Nesta situação aparece Ciro Gomes, ex-tucano e atual direitista anti-Lula, Ciro está tentando montar um palanque, uma candidatura estadual em SP para apoiar a sua candidatura presidencial. O objetivo da candidatura não é ganhar, afinal Ciro mantém-se nos proverbiais 6%, mas tirar votos de Lula e esperar dias melhores. Toda a propaganda de Ciro gira em torno da ideia de que ele seria um “nacional-desenvolvimentista”, em referência a uma doutrina política que prega o uso do Estado para gerar desenvolvimento capitalista, no sentido do feito pelos governos do PT entre 2002 e 2016. 

Mas como a propaganda é uma coisa e os acordos espúrios são outra, Ciro decidiu propor filiação para Alckmin ou até compor chapa com ele se ele for para o antigo DEM (atual União Brasil) ou para o PSD de Gilberto Kassab (também ex-DEM). Alckmin é um tucano de penas e bico, o DEM é herdeiro do antigo Partido Frente Liberal, partido que defendia a privatização generalizada. 

A “era Alckmin” em SP foi marcada pela destruição do Estado de SP. Ele massacrou os professores, levando o professor paulista a ter um dos piores salários de toda a rede pública nacional. Ele prosseguiu com a entrega de linhas do Metrô para os empresários, levou o desmonte da rede água a uma nova etapa, com a crise hídrica de 2014-2016, o cidadão decidiu, para cortar gastos, fazer uma limpa nas escolas públicas, como não estavam lotadas o suficiente, ele até tentou fechar quase 100 escolas na chamada reorganização escolar. Depois de uma de ocupações, ele fracassou.

Tivemos o escândalo do trensalão, onde o PSDB foi acusado de lavar dinheiro das obras do metrô, em conjunto com empresas estrangeiras. Seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, presidiu a repressão selvagem aos estudantes de Junho de 2013 e passou sua gestão acusado de vínculos com a facção criminosa PCC.

Este tipo de proposta de aliança mostra que o coronel Ciro Gomes não tem nada de desenvolvimentista. Que isto é apenas e tão somente uma cortina de fumaça para posicioná-lo à esquerda e tentar tirar votos de Lula. Sua campanha até agora tem sido anti-lula mais do que ela é anti-bolsonaro. Ciro foi tucano, foi governador tucano, foi ministro tucano. Diz ele ser bem amigo de Tasso Jereissati, representante da Coca Cola, e cuja família é dona do luxuoso Shopping Iguatemi. Ele também diz ser bem amigo de Alckmin. Ciro nunca deixou de ser tucano, apresentá-lo como uma esquerda é uma tentativa de infiltrar o inimigo do povo dentro das nossas fileiras.

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