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Compra-se votos

Bolsonaro e taxistas: compra de votos apoiada pela esquerda

Bolsonaro continua a sua farta distribuição de dinheiro para garantir uma boa votação nas eleições deste ano. E a esquerda acha que vai ganhar fácil...

O governo Bolsonaro distribuiu, nessa terça-feira, duas parcelas de R$1.000,00 para os taxistas inseridos no programa governamental de auxílio. Além dessas duas partes, os cerca de duzentas e cinquenta mil taxistas aptos a receber terão em mãos mais 4 parcelas até dezembro.

O valor pode mudar, pois o total de parcelas e a quantidade de reais distribuídos estão passíveis de ajustes de acordo com o número de beneficiários cadastrados. Para ir atrás de onde sairá tal verba pública para as bondades bolsonaristas – que durante três anos e meio agiu com força contra qualquer assistência ao trabalhador -, lembre-mo-nos da “PEC Kamikaze”.

Apelidada pela imprensa capitalista de PEC das Bondades, a PEC que concede poder de exceção para o Presidente da República foi aprovada no Senado por todos os votos menos um. Dentre os votantes, está toda a base governamental do atual presidente e toda a oposição, dando o seu aval para que Jair Bolsonaro atropele a Constituição e distribua quarenta e um bilhões de reais até dezembro – algo explicitamente enquadrado pela lei como compra de votos.

Ao se dissecar as bondades que o capitão da reserva decidiu promover, encontra-se a seguinte divisão: R$ 26 bilhões para o Auxílio Brasil, R$ 5,4 bilhões para os caminhoneiros, em torno de R$ 9 bilhões para os taxistas, etanol, combustíveis e demais frentes e míseros R$ 0,5 para o combate à fome.

O dinheiro distribuído vai, no fim, para os bolsos dos banqueiros de Nova Iorque, já que o resultado prático será a quitação dos endividados de suas respectivas dívidas com o Auxílio Brasil e a injeção direta de verba nos combustíveis e nos meios que fazem com que aumente a venda de gasolina, fazendo com que os acionistas internacionais da Petrobrás sejam os maiores beneficiários da PEC.

Na Constituição Federal está escrito de forma clara e simples que a distribuição de dinheiro para pessoas físicas em ano eleitoral é ilegal. Assim como os olhos das leis viraram para o lado para não enxergar a ilegalidade que deveria constar na distribuição de dinheiro para pessoas jurídicas, os olhos do Supremo Tribunal Federal aparentaram estar fechados para a compra de votos de Jair Bolsonaro.

É preciso ficar claro que a proibição de distribuição de dinheiro para pessoas físicas em ano eleitoral, ainda mais com a situação de miséria da população brasileira, é um crime, na prática. Os pobres precisam receber dinheiro do governo ─ esse é o dever do Estado. Ao mesmo tempo, está liberado distribuir dinheiro para pessoas jurídicas, ou seja, empresas. Como se isso também não constituísse compra de voto dos empresários! Mas, de qualquer forma, como o STF e o governo fingem que defendem a lei, as coisas acontecem como estamos vendo.

O resultado é que Bolsonaro, assim, consegue aumentar sua popularidade de maneira artificial, tanto entre os pobres como entre os empresários, distribuindo dinheiro para conseguir votos.

A mesma esquerda que parece ter encontrado dificuldades em se erguer contra o imperialismo norte-americano e seus tentáculos de sangue pela América Latina, atualmente, não consegue impedir os avanços da direita no campo do jogo político. Os partidos estão totalmente reféns dos resultados eleitorais, fazendo com que a PEC do Estado de Exceção tenha sido talvez não mais um xeque, mas um verdadeiro xeque-mate de Bolsonaro na oposição parlamentar. Ou os partidos de esquerda votavam junto ao governo, ou ficaria feio perante ao eleitorado.

O argumento dos que capitularam abrindo mão de princípios tradicionais da esquerda em nome do combate ao fascismo também cai por água abaixo quando enxergamos que, em nome do mesmo combate ao fascismo, permitiram que o poder do fascista que ocupa a cadeira presidencial fosse aumentado.

Unindo forças com os vendidos e cooptados que ocupam cargos políticos no Senado, o Supremo Tribunal Federal referendou as ilegalidades ululantes da PEC bolsonarista ao virar as costas para o seu dever elementar – apesar de fictício – de defender a Constituição. Os guardiões da lei permitiram que, no país da fome, R$ 42 bilhões fossem desviados com o pretexto de comprar a população que teve seus direitos suprimidos sucessivamente desde o golpe de estado contra a presidente Dilma.

Assim como a estátua situada em frente ao STF na Praça dos Três Poderes, “a Justiça” é cega, porém apenas quando as luzes do holofote estão sob os crimes dos ricos e senhores de posse. O ministro Alexandre de Moraes, aquele cujo olho tudo vê segundo os meios da imprensa pequeno-burguesa, aparentemente não esteve tão presente na ofensiva bolsonarista contra a Constituição e a “lisura” das eleições quanto nas vociferações do baixo clero bolsonarista “contra as instituições democráticas”, como afirmava o próprio sans cheveux.

Como determinado pelo Ministério da Verdade da toga no Brasil, as eleições não correm e nunca correram o risco de ser fraudadas, o que pode ser comprovado pelas eleições de Jair Bolsonaro em 2018, sem a presença de seu principal opositor, e de Epitácio Pessoa, 100 anos antes em 1918, que foi eleito de onde morava na França, retornando ao país apenas após ter ganhado as eleições das quais disputou em solo internacional.

Assim como em todas as últimas eleições, esta também não será dada por meio de fraudes, pois nada interferirá no resultado das urnas ─ uma das maiores e mais escandalosas compras de voto do Brasil por parte do Governo Federal e com chancela do Congresso Nacional. Ou pelo menos é nisso que o conluio da grande imprensa com a imprensa cooptada deseja que a classe operária acredite.

Enquanto isso, a esquerda acredita que Lula vai vencer as eleições no primeiro turno e nada faz de efetivo para que isso aconteça, apostando que toda a burguesia está com ela e esquecendo o elementar: a mobilização popular para garantir que Lula seja eleito.

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