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“Vandalismo”: o nome da burguesia para a luta das massas

Acusações de hoje são as mesmas feitas em 2013

O texto a seguir é um trecho de um balanço das mobilizações de 2013 escrito e amplamente distribuído no calor dos acontecimentos pelo companheiro Rui Costa Pimenta. Nessa passagem, está explicado o problema dos “infiltrados”, acusação que está sendo repetida pela burguesia nas manifestações atuais. Acusação que é repetida por setores da esquerda pequeno-burguesa.

“‘Vandalismo’: o nome da burguesia para a luta revolucionária das massas

Se houve um tema que se manteve constante em todas as etapas da manifestação e que foi unânime, da esquerda pequeno-burguesa à extrema-direita, passando pelo governo do PT, foi o do “vandalismo”, ou melhor, da condenação do “vandalismo”.

O tema em si é muito pouco complexo e foi esclarecido até mesmo através do humor. Algumas mensagens da internet mostravam um quadro da Revolução Francesa, no dia histórico da derrubada da Bastilha e dizia, “derrubar a Bastilha não! É vandalismo, bora fazer uma petição online!”. Uma outra mostrava nos levantes do Leste Europeu, a cabeça de uma estátua de Stálin, enquanto um manifestante dizia para o outro: “a estátua do Stálin é patrimônio público”. É uma crítica perfeita ao cinismo, à hipocrisia da burguesia, da polícia e dos governos e à atitude beata da esquerda pequeno-burguesa que fala em revolução, mas chora quando vê uma janela estilhaçada.

Já Marx havia ensinado coisa muito diferente quando assinala, durante a Revolução Alemã de 1848, que os revolucionários não deveriam conter as massas quando estas se põem a destruir símbolos do regime etc., mas estimulá-las.

Um argumento particularmente cretino – uma palavra que Marx usava saborosamente contra a esquerda pequeno-burguesa da sua época – é o de que o suposto vandalismo é obra de pequenas minorias, dando a entender que seria apoiado e legítimo se fosse de uma maioria. Nesse caso, não seria melhor propor a expansão do vandalismo ao invés de condená-lo?

Deixando de lado os argumentos de tipo parlamentar, o problema é simplesmente que o temor da burguesia ao “vandalismo” é um disfarce do pavor de que as massas passem da manifestação “pacífica”, ou seja, inócua, à ação violenta e revolucionária.

A ação violenta, como somente poderia ser, partiu da juventude, em particular de um setor proletário da juventude, mais decidido e radical. É a expressão da evolução da luta geral para métodos mais eficazes superando a política puramente parlamentar da esquerda pequeno-burguesa.

Em grande medida, o movimento foi vitorioso graças aos “vândalos” que reagiram como puderam à repressão policial. O medo dos governos estava em que estas ações se generalizassem com a ocupação de edifícios públicos e um agravamento da crise política. Basta conferir quantas vezes os órgãos da imprensa do grande capital e da direita usaram as expressões “paz”, “manifestação pacífica”, a qual foi considerada logicamente “linda”.

O mesmo cenário havia se reptido na USP, onde o governo do Estado queria usar de máxima violência policial contra os estudantes e colocar a universidade em Estado de Sítio, mas a reação estudantil somente poderia ser absolutamente pacífica, ou seja, os estudantes teriam que baixar a cabeça diante da repressão, o que não é apenas contrarrevolucionário, mas indigno. Foi apenas a atitude dos “vândalos” que colocou em xeque a ditadura do PSDB. A esquerda pequeno-burguesa, do PSTU e do Psol também aí condenou o “vandalismo” de uma minoria que segundo eles não teria sido aprovada pela maioria, que supostamente seriam eles.

Embora seja um truísmo, para usar um anglicismo tão de acordo com a nossa época, é preciso dizer: não há revolução sem violência. E mesmo que os revolucionários fossem mais exageradamente pacíficos do que são, a burguesia nunca lhes permitiria o luxo de uma revolução pacífica e os faria dançar conforme a música ou perecer. Somente preconceitos arraigados podem levar alguém a pensar de forma diferente depois de tantas manifestações da própria burguesia. Nesse sentido, não faz sentido ignorar a presença da violência na sociedade e sim compreendê-la e preparar-se conscientemente para ela.

Nesse sentido, se a ação dos “vândalos” é desorganizada, deve ser organizada.

Se a ação dos “vândalos” é sem objetividade, deve ser fornecido um objetivo claro.

Se a ação dos “vândalos” é minoritária é preciso torná-la geral.

E não combatê-la.”

Cinco anos depois: o balanço de 2013 escrito por Rui Costa Pimenta no calor dos acontecimentos

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